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Internado, Follmann diz perdoar piloto e conta detalhes de acidente com a Chape

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Internado, Follmann diz perdoar piloto e conta detalhes de acidente com a Chape

Quase dois meses depois da tragédia com a aeronave da Chapecoense, o ex-goleiro Jackson Follmann - único sobrevivente que ainda está internado - falou sobre o acidente que resultou na morte de 71 pessoas na Colômbia, no dia 29 de novembro de 2016. [Leia mais...]

Internado, Follmann diz perdoar piloto e conta detalhes de acidente com a Chape

Foto: Reprodução/Sport TV

Por: Jessica Galvão no dia 23 de janeiro de 2017 às 16:58

Quase dois meses depois da tragédia com a aeronave da Chapecoense, o ex-goleiro Jackson Follmann -  único sobrevivente que ainda está internado - falou sobre o acidente que resultou na morte de 71 pessoas na Colômbia, no dia 29 de novembro de 2016. O atleta, que perdeu uma perna, garante que não sente mágoas do piloto da LaMia, Miguel Quiroga, que também morreu na queda do avião. Ao "SporTV", Follmann contou que sabia que tinha algo errado com a aeronave, antes da queda. 

"Ele [o piloto] não era um cara maldoso, era um cara que tinha um coração bom também. Foi um erro humano que não cabe a nós julgar. Não [sinto raiva]. Não posso sentir raiva, não devo sentir raiva e nem quero sentir raiva. Nem tenho como sentir raiva, não cabe a mim julgar. Procurei rezar, orar. Estava o Alan [Ruschel] do meu lado também. Procurou rezar, o Neto também, que estava na minha frente. Todo mundo que estava no voo, que estava perto de mim, que escutei, estava orando em voz alta. A gente sabia que alguma coisa estava errada", disse.  

Na ocasião, ele lembrou ainda o que passou durante seu resgate na região montanhosa de La Ceja, em Medellín, onde o avião caiu. "No momento do choque, eu apaguei. Depois , abri os olhos, estava muito escuro. Lembro que chovia, muito frio, e eu tremia de frio. Aí gritava 'socorro, não quero morrer'. Alguns dos meus amigos que estavam vivos também gritavam. Escutei o resgate chegando e gritando 'polícia nacional'. O cara veio, me colocou um cobertor, e eu gritava de dor, que não sentia minhas pernas, mas tinha muita dor. Dizia que lá em cima tinha gente viva. Lembro que, no hospital, minha mãe entrou primeiro, falou comigo. Foi difícil, porque foi ali que acordei. Chorava muito, depois entrou minha noiva, meu pai. Foi quando abri os olhos e ali comecei a melhorar", falou. 

Follmann deve receber alta na manhã desta terça-feira (24). Na próxima segunda-feira (30), ele viaja para São Paulo, para iniciar o processo de adaptação à prótese que vai usar na perna direita, amputada abaixo do joelho. 

 (Foto: Reprodução/TV Globo)