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"Crônica perdeu espaço para a planilha Excel", diz Antônio Prata à Metrópole

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"Crônica perdeu espaço para a planilha Excel", diz Antônio Prata à Metrópole

O escritor e jornalista Antônio Prata falou à Rádio Metrópole nesta quarta-feira (24) sobre seu livro "30 e poucos", coletânea de crônicas escritas ao longo da última década para a Folha de S. Paulo. Sobre seu exercício de cronista, lamentou a perda de espaço dos jornais para a publicação do gênero textual, classificado por ele como "literatura de terreno baldio". [Leia mais...]

"Crônica perdeu espaço para a planilha Excel", diz Antônio Prata à Metrópole

Foto: Reprodução/ Facebook

Por: Luiza Leão no dia 24 de agosto de 2016 às 18:34

O escritor e jornalista Antônio Prata falou à Rádio Metrópole nesta quarta-feira (24) sobre seu livro "30 e poucos", coletânea de crônicas escritas ao longo da última década para a Folha de S. Paulo. Sobre seu exercício de cronista, lamentou a perda de espaço nos jornais para a publicação do gênero textual, classificado por ele como "literatura de terreno baldio".

"Eu acho que a crônica é uma literatura de terreno baldio. Ela não é jornalismo, mas ela é uma literatura feita para o jornal. Ela era de um terreno ocioso, de uma conversa fiada. O mundo ficou muito sério, o espaço da crônica foi ocupado por estatísticas, por gráficos e o cronista foi sendo meio escanteado. A gente perdeu para a planilha excel", disse. Mário Kértesz concordou com a opinião: "eu acho isso uma perda".

Para Prata, uma das vantagens de envelhecer é ter amizades de idades diversificadas. "Quando você é criança, com oito anos, você tem uma faixa de relacionamento com crianças de oito anos. Quando você tem 15, seus amigos também tem mais ou menos 15. Quando você tem 40... Eu tenho amigos de 25 e outros de 85. Vai ficando todo mundo meio parecido, entrando no mesmo saco de gato", explicou por telefone.

Em conversa descontraída com MK, contou também sobre a escrita da crônica cujo título é "Seleção brasileira de vôlei deu azar de pegar o voo com meus filhos a bordo", em que narrou a experiência de viajar no mesmo vôo que a seleção feminina de vôlei do Brasil quatro dias antes da sua estreia nos Jogos Olímpicos Rio 2016. "Eu escrevi esse crônica falando do estresse emocional e estresse físico causado pelos meus filhos que urravam durante o vôo. Elas não conquistaram medalha, mas eu não sei qual a minha relação com isso", brincou.