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CCR desrespeitou padrão arquitetônico de Salvador e passarela foi embargada

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CCR desrespeitou padrão arquitetônico de Salvador e passarela foi embargada

Na última semana, Mário Kertész questionou o projeto para construção das passarelas do metrô, que não está em conformidade com o padrão do equipamento adotado em Salvador [Leia mais...]

CCR desrespeitou padrão arquitetônico de Salvador e passarela foi embargada

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Ticiane Bicelli no dia 08 de outubro de 2015 às 09:57

Na última semana, Mário Kertész questionou o projeto para construção das passarelas do metrô, que não está em conformidade com o padrão do equipamento adotado em Salvador, cuja assinatura é do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, um dos mais brilhantes da história do Brasil.

“Eu tive uma notícia aqui que a CCR, que está fazendo o metrô, e tem passarelas nas estações, comprou passarelas em São Paulo e quer fugir do padrão de Lelé. Eu quero saber, Silvio Pinheiro, secretário de Urbanismo: você vai aprovar esta discrepância na cidade de Salvador? Eu quero saber se eles querem estuprar a cidade com essas passarelas horrorosas. Podem até tentar, mas eu vou jogar pesado com isso”, afirmou.

A CCR Metrô Bahia se limitou a dizer que está dialogando com a Prefeitura sobre o projeto arquitetônico das novas passarelas, que ainda não foram instaladas. Mas o Município — ainda bem — não parece disposto a conversar, e a Secretaria de Urbanismo (Sucom) embargou a passarela da Avenida Mário Leal Ferreira, a Bonocô, na última terça-feira (6).

Passarelas de Lelé têm “arte e tecnologia”

De acordo com o subsecretário da Sucom Sérgio Guanabara, a Prefeitura tem a compreensão da importância das passarelas na cidade e exigiu da concessionária que administra o sistema de metrô a conformidade com o padrão de Salvador.

“A posição da Prefeitura é muito clara: esse tipo de diálogo que a CCR alega estar tendo com a Prefeitura, do nosso ponto de vista, é para achar uma solução que seja de viabilizar o modelo padrão de passarela que é, de fato, utilizado na cidade. E esse modelo é o de Lelé, que conseguiu unir arte e tecnologia ao mesmo tempo”, disse.

Surpresa com a insistência da CCR
Sérgio Guanabara disse que a Sucom recebeu com surpresa a insistência da CCR, já que a Prefeitura sempre exigiu que as passarelas tivessem conformidade ao padrão.

“Já comunicamos à CCR que a Prefeitura não aprovará, em hipótese alguma, a montagem desse tipo de passarela. Tomamos como surpresa quando fomos procurados pela CCR. Todas as passarelas são no padrão de Lelé. Disso a Prefeitura não abre e não abrirá mão”, declarou.

Sucom vai negar Habite-se
Ainda de acordo com o subsecretário da Sucom, caso a CCR insista no projeto, a Prefeitura não vai liberar o alvará do equipamento.

“O que eles pleiteiam é que a gente permita o habite-se daquela estação de metrô com a instalação de uma passarela fora do padrão municipal e que, posteriormente, eles possam fazer uma adaptação ou uma customização. Eles queriam encontrar uma solução alternativa a construir, de fato, uma passarela seguindo e atendendo aos requisitos de arte, de beleza e de eficiência da nossa passarela atualmente existente. Então, se porventura aquela estação não tiver as quatro passarelas instaladas e mais esse braço de passarela integrado à nossa, aquela estação não receberá o habite-se”, falou Guanabara.

Desrespeito à história

Quem também se pronunciou sobre o assunto foi o secretário de Manutenção de Salvador, Marcílio Bastos, que criticou o desrespeito da CCR à história da cidade.

“Não é só um padrão diferente. É um padrão que foge à história da cidade. É um equipamento que, há mais de 30 anos implantado na cidade, deu demonstração de que é totalmente seguro. [A passarela de Lelé] É um equipamento que já demonstrou eficiência, é iluminado e coberto. Ele foi feito para ligar ponto a ponto. Foi uma surpresa ver aquele modelo que foge ao padrão estabelecido que faz parte, hoje, da história da cidade, e que já faz parte do conjunto arquitetônico de Salvador”, disse.