Após denúncias, Sucom embarga obra de "barraco de rico” na Vitória

A Secretaria de Urbanismo de Salvador (Sucom) embargou, na tarde desta terça-feira (24), o empreendimento de luxo das construtoras Porto Victória e Pereira Leite no Corredor da Vitória. No período de uma semana, uma viga caiu sobre um veículo que estava estacionado na rua do condomínio e lama e pedras vindas da obra encobriram parte de um píer particular. A obra obteve o alvará por meio de uma brecha suspeitíssima do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) aprovado pelo ex-prefeito João Henrique.

Após denúncia da Metrópole, os técnicos estiveram no local - que tem como um dos donos o empresário César Phileto, da Phileto Empreendimentos - e constataram uma série de irregularidades, o que causou a interdição da construção. Na notificação emitida,  a Sucom ordena que o responsável pela obra deve comparecer na secretaria no prazo de 24 horas. “O descumprimento dessa acarretará em sanções previstas na lei”, afirma o documento.

De acordo com o diretor de fiscalização da Sucom, Murilo Aguiar, os responsáveis pelo empreendimento tentaram jogar a responsabilidade para o meio ambiente. "Nós recebemos algumas denúncias de que a obra estava derramando resíduos no mar. A Sucom detectou que estava acontecendo e ele acusa que é questão de uma maré cheia, e que é ela que está trazendo esses resíduos. Pode, de fato, até ser, mas se você olhar todo o restante da Vitória, não aocntece essa mancha", explica. Além do embargo, a Sucom exigiu a apresentação de um projeto de contenção da terra. "Se não apresentarem, fica embargado até que se apresente o projeto", afirma o diretor.

O deputado Marcell Moraes (PV) condenou, em entrevista à Rádio Metrópole nessa terça-feira (24), o desrespeito das construtoras com moradores da região. “Desde março estamos falando disso. O Jornal da Metrópole até fez uma matéria em março, é a construtora Pereira Leite e a Porto, no Corredor da Vitória que estão fazendo um empreendimento dentro da baía praticamente, que deverias ser uma app. Mais uma vez, um erro de um tráfico de influência que esse cidadão chamado César Phileto usou no governo de João Henrique para autorizar aquela área. É mais uma afronta à sociedade. Maior baía do país, segunda do Brasil que deveria ser presevarda. Aí vem uma autorização que com certeza teve tráfico de influencia, que o prefeito JH deu autorização através da Sucom de Cláudio Silva”, disse.