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Da ira à inveja: os sete pecados capitais do primeiro Ba-Vi decisivo

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Da ira à inveja: os sete pecados capitais do primeiro Ba-Vi decisivo

Falando do Ba-Vi deste domingo (1), no qual o Vitória venceu o Bahia por 2 a 0 no primeiro jogo da decisão do Campeonato Baiano de 2016 e trazendo para si a vantagem de poder perder até por um gol de diferença no próximo jogo para ser campeão, os sete pecados estiveram em campo no Manoel Barradas. Fosse para o bem ou para o mal [Leia mais...]

Da ira à inveja: os sete pecados capitais do primeiro Ba-Vi decisivo

Foto: Francisco Galvão/Vitória/Divulgação

Por: Pedro Sento Sé no dia 02 de maio de 2016 às 09:16

Precedendo ao surgimento do cristianismo, os sete pecados capitais são classificações de condições humanas tidas como vícios, usadas pelo catolicismo para controlar, educar e limitar os instintos do ser humano. Na lista, estão falhas — Gula, Avareza, Preguiça, Luxúria, Ira, Inveja e Soberba — que podem ou não ser perdoadas por Deus. No Ba-Vi deste domingo (1º), no qual o Vitória venceu o Bahia por 2 a 0 no primeiro jogo da decisão do Campeonato Baiano de 2016, trazendo para si a vantagem de poder perder até por um gol de diferença no próximo jogo para ser campeão, os sete pecados estiveram em campo no Manoel Barradas. Fosse para o bem ou para o mal.
 
Em um jogo tecnicamente abaixo do que se espera para uma final entre Bahia x Vitória e mais equilibrado do que o placar teimosamente mostra, o primeiro pecado a aparecer em campo — e que começou a decidir o clássico — foi a ira. Juninho e Marinho trocaram cabeçadas. Victor Ramos deu no meio das pernas de Hernane. O Ba-Vi começou furioso, com os jogadores esquecendo de jogar bola e querendo resolver na base da porrada. Por sorte, Anderson Daronco — árbitro que veio do Rio Grande do Sul para apitar o primeiro jogo da decisão — conseguiu controlar. Mas o que ele não conseguiria limitar viria a ser o segundo pecado capital do jogo: a gula.
 
Na concepção dos pecados, trata-se do desejo exagerado por comida e bebida. Mas, em sentido amplo, a gula pode ser um desejo insaciável, e só isso explica a vontade do árbitro em querer aparecer como protagonista do espetáculo. Só ele viu falta de Tinga em Vander em pênalti que abriu o caminho para o triunfo rubro-negro.
 
Depois veio a preguiça. E ela veio em formato de time. O Bahia, lento e previsível, não conseguia fazer nada de diferente. Doriva, apático, no seu senta e levanta a beira do campo, não fez nada para mudar o jeito de o time jogar e atacar o Vitória. E junte a isso a avareza de Juninho. O camisa 10 tricolor, pior em campo pelo Esquadrão, mesmo errando tudo, continuava cobrando todas as faltas e escanteios. Pelo jeito que o Bahia jogava, seria uma fórmula de encontrar uma salvação. Mas, dos sábios aos filósofos de boteco, todos sabem: errar uma vez é humano e persistir no erro é burrice. E ele continuou errando, errando e errando até Doriva acertar em tirá-lo do jogo.
 
Para não dizer que o pecado é só negativo, vocês podem concordar comigo que a luxúria também traz prazer. E o responsável por isso foi o volante Amaral. Num toque de 'chapa' que contrariou todas as razões da gravidade e do que se espera de um volante “brucutu” — ou “Pitbull” para os corações rubro-negros — o golaço do camisa 5 fez os quase 20 mil torcedores rubro-negros no Barradão beirarem o orgasmo. Um deleite inesperado.
 
No fim, o Vitória pegou um Bahia esfacelado, que lhe dava todo o campo e meio de lhe atacar. Mas o orgulho, ou, em bom baianês futebolístico, a “fominhagem” em determinados momentos impediu o terceiro gol do Vitória. Das arquibancadas, tem gente até agora dizendo para Marinho largar a bola...
 
Apito final no jogo e na sequência de pecados do Ba-Vi. Enquanto os rubro-negros foram embora cantando e colocando as mãos na taça, a inveja predominou no setor da torcida visitante. Afinal, há alguns clássicos, os tricolores não sabem o que é comemorar. Haja inveja.