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Desde janeiro de 2023, prefeitura de Salvador já pagou R$ 86 milhões a empresa de material publicitário

Metropolítica

Por Jairo Costa Júnior

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Desde janeiro de 2023, prefeitura de Salvador já pagou R$ 86 milhões a empresa de material publicitário

Repasses se referem a contratos com a Sou Comunicação, que virou grande fornecedora de produtos para a gestão municipal

Desde janeiro de 2023, prefeitura de Salvador já pagou R$ 86 milhões a empresa de material publicitário

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 23 de abril de 2024 às 10:21

Pertencente ao maior fornecedor de material publicitário para órgãos do Palácio Thomé de Souza, a Sou Comunicação recebeu da prefeitura de Salvador R$ 86,4 milhões de janeiro de 2023 ao último dia 18 de abril por serviços de impressão de produtos de propaganda, sinalização e comunicação visual, apontam dados obtidos pela Metropolítica no Portal de Transparência do Município. Ano passado, os contratos com a empresa efetivamente pagos pelos cofres municipais somaram R$ 45,7 milhões. Já em 2024, os repasses chegaram a R$ 40,7 milhões só nos quatro primeiros meses, R$ 5 milhões a menos que o montante relativo a 2023. Entretanto, considerando as cifras empenhadas no mesmo período, os valores saltam para R$ 105 milhões. Recentemente, a Sou Comunicação chamou atenção por ter firmado três contratos milionários com a prefeitura em apenas um dia, conforme noticiado pela coluna na última quarta-feira (17).

Trocando em miúdos
Em 2023, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) foi a principal fonte pagadora da Sou, com repasses de R$ 17,4 milhões, aproximadamente 38% do bolo recebido pela empresa ao longo de todo ano passado. Ainda de acordo com o portal de transparência da prefeitura, a soma se refere a pagamentos por "confecções". Em segundo, aparece a Empresa Salvador Turismo (Saltur), com valores na ordem de R$ 6,5 milhões por serviços de publicidade institucional. Foram registrados repasses significativos também da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) e do Fundo de Custeio da Iluminação Públicas (Funcip) - R$ 5,6 milhões e R$ 5,5 milhões, respectivamente.

Segunda temporada
Este ano, a Secom se manteve no topo, com pagamentos acumulados de R$ 11,7 milhões, sendo R$ 1,7 milhão acima do montante empenhado pela pasta com a Sou desde 1º de janeiro. A Secult vem logo abaixo (R$ 6,7 milhões), seguida pelo Funcip (R$ 5,7 milhões), Fundo Municipal de Saúde (R$ 5,4 milhões), Fundo Municipal da Educação (R$ 4,5 milhões) e Secretaria de Ordem Pública (R$ 4,1 milhões). O contrato fechado em 16 de abril com a Secretaria de Governo da prefeitura (Segov), fixado em cerca de R$ 5 milhões, não entrou na conta porque estava sem repasses efetivos até o fechamento desta edição.

Para relembrar
Conforme revelado pela Metropolítica, a Sou Comunicação foi criada em maio de 2015 e funciona em um galpão da Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela, nas Granjas Rurais Presidente Vargas, bairro situado entre as regiões de Pirajá e Pau da Lima. No cadastro da Receita Federal, tem como único sócio Edgar Almeida Candeias Neto, que também figura entre os donos da Check List, outra empresa especializada em impressão de material publicitário e localizada no mesmo espaço da Sou. Curiosamente, a Check List é conhecida por ter se tornado grande fornecedora de produtos usados em campanhas de rua na Bahia a partir de 2020. 

Fato consumado
Caciques do bloco da oposição ao PT garantem que, apesar do silêncio da cúpula da União Brasil, a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) será mantida na dobradinha com Bruno Reis para a corrida de outubro. Em conversas reservadas, avaliam que, embora a decisão já tenha sido tomada, ela só será oficialmente confirmada na chapa do prefeito às vésperas do início do período eleitoral. Asseguram ainda que o outro nome forte no páreo, o deputado federal Leo Prates (PDT), não concorre de fato à vaga no cenário atual. "A questão será a forma como vão tratar Leo nesse processo. Bruno e Neto esticaram demais a corda e agora precisão ter habilidade para não criar arestas com um parlamentar leal, que possui recall maiúsculo, é extremamente bem avaliado pelos eleitores da cidade e se tornou peça importante nos planos de ambos para o futuro", confidenciou um dos influentes líderes oposicionistas ouvidos pela coluna.

Se ficar o bicho come
Parlamentares da base governista e bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) enxergaram no cenário eleitoral apertado em Feira de Santana a real origem para a resistência do recém-instalado Conselho de Ética da Casa em levar adiante o eventual processo de cassação contra o deputado Binho Galinha (PRD), investigado pela Polícia Federal e acusado pelo Ministério Público do Estado de chefiar uma milícia envolvida em extorsão, agiotagem, receptação de carga roubada e lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho. No rastro dos resultados da pesquisa AtlasIntel divulgada na segunda-feira (22) pelo jornal A Tarde, que indicou o ex-prefeito Zé Ronaldo (União Brasil) à frente do deputado federal Zé Neto (PT), mas no limite do empate técnico, a tese é de que o numeroso eleitorado que Binho Galinha controla à mão de ferro em Feira pode ser decisivo na batalha pelo comando da cidade. Ou seja, atrair a ira dele é um risco que nenhum dos lados está disposto a correr. 

Fundo do baú
Um grupo de advogados pesos-pesados da Bahia prepara uma ofensiva para que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ordene a revisão de sentenças proferidas na 3ª Vara de Família de Salvador pelo juiz Antônio Mônaco Neto, afastado das funções no fim de março pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ). Mônaco Neto respondeu a processo administrativo disciplinar por intimidar testemunhas em ações sob sua alçada. O argumento é de que o juiz teria interferido para beneficiar determinadas partes em divórcios litigiosos envolvendo disputas patrimoniais. As decisões, informaram fontes da advocacia empenhadas no cerco junto ao CNJ, se repetiram em varas onde ele atuou como substituto.

Invasão mandarim
A chegada de sucessivas levas de chineses à Camaçari, a reboque da implantação da fábrica de carros elétricos da montadora BYD na área onde funcionou por duas décadas a unidade da Ford, criou um baita problema na cidade. Mais especificamente a sobrecarga da rede hoteleira no mais populoso município da Região Metropolitana de Salvador. Desde que a gigante da indústria automotiva do país asiático iniciou os trabalhos para erguer sua linha de produção na Bahia, quase todos os hotéis e pousadas de Camaçari foram tomados de forma gradual por profissionais vindos da China. 

Pequena Pequim
Até em estabelecimentos que ostentam níveis módicos de conforto a taxa de ocupação alcança os 100% ou está à beira da saturação, sem prazo definido para a abertura de vagas destinadas a absorver novos hóspedes. Com isso, quem recorre a aluguéis temporários enfrenta dificuldades em achar imóveis na zona urbana de Camaçari ou esbarra no salto de preços causado pela explosão da demanda e pela forte concorrência com os chineses.