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Correspondente de Guerra: Schelp fala sobre livro e coberturas jornalísticas

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Correspondente de Guerra: Schelp fala sobre livro e coberturas jornalísticas

Lançado em São Paulo, no mês de abril, o livro "Correspondente de Guerra", apresenta um olhar sobre os riscos de coberturas jornalísticas, em ambiente de conflito, como também o impacto dessas notícias, além da propagação de imagens violentas. [Leia mais...]

Correspondente de Guerra: Schelp fala sobre livro e coberturas jornalísticas

Foto: Divulgação

Por: Camila Tíssia e Matheus Morais no dia 25 de maio de 2016 às 09:11

Lançado em São Paulo, no mês de abril, o livro "Correspondente de Guerra", apresenta um olhar sobre os riscos de coberturas jornalísticas, em ambiente de conflito, como também o impacto dessas notícias, além da propagação de imagens violentas. Em entrevista à Rádio Metrópole, nesta quarta-feira (25), o editor executivo da revista VEJA e coautor da obra, Diogo Schelp, falou sobre a experiência dessa produção que ele teve ao lado do fotógrafo André Liohn.

Dividido em três partes, Schelp contou que a ideia do livro surgiu pela vontade da dupla em se aprofundar em assuntos internacionais. "Mandei um repórter na época da Guerra do Iraque e vieram as imagens de um jornalista sendo executado. Eu quis tentar entender se estava mais perigoso ser correspondente de guerra hoje do que antes e a conclusão do livro é que é mais perigoso ser jornalista, nessa situação, nos dias de hoje. No meu caso, e no caso do André Liohn, isso foi a consequência do interesse. Eu me interessava por isso e por consequência tinham que ir em áreas de conflito. Com o passar do tempo o interesse jornalístico foi ficando mais forte que a coisa da aventura. Você pode cobrir guerra fazendo isso da melhor maneira possível", disse. 

Questionado se existe um medo por parte dos profissionais, o escritor afirmou que "o interesse de ir cobrir e ver o que está acontecendo é maior que o medo". "A gente não pode obrigar ninguém a ir para guerra, todos são voluntários. Eu perguntei para os jornalistas se iriam para a Líbia cobrir a guerra e todos disseram que sim. Uma vez mandei uma repórter cobrir uma guerra e ela era a única mulher. Com o tempo, o repórter se torna mais cuidadoso. A maioria dos países que eu fui a trabalho, não eram áreas de conflitos. Sudão não era, mas como jornalista você pode correr riscos em países que não estão em guerra. Como no México, cobrir o narcotráfico no México é bem pior que cobrir uma guerra. Eu fiz coberturas em favelas e conversei com gangues armadas na Venezuela. Um dos países mais perigosos do mundo", revelou.

Ainda segundo as considerações de Schelp, o mais importante nos conflitos é contar o que está acontecendo com a população civil. "Conversei com 15 jornalistas que cobriram guerras, depois tem o relato do André Liohn, que é um dos dois maiores fotógrafos de guerra do Brasil. Ele escapou da morte várias vezes, tem as melhores fotos deles, é impressionante! Não podemos fechar os olhos para a  injustiça. O jornalista quer ver as coisas e contar para as pessoas, a isenção serve para você não tomar partido de nenhum grupo armado. Fui correspondente em Salvador, foi muito interessante sair de Salvador e ir para o exterior. Foi uma experiência muito boa, minha sala tinha vista para o mar, deveria ter morado mais tempo em Salvador. Gostei muito. Cobrir política não é muito fácil, principalmente fora dos grades centros", declarou.