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Presos em Conquista têm que cantar 'eu sou putinha', diz OAB

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Presos em Conquista têm que cantar 'eu sou putinha', diz OAB

Um relato feito pela comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Vitória da Conquista ganhou repercussão nacional nesta semana. Em denúncia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, a seccional baiana aponta que os presos do presídio de Vitória da Conquista são colocados em fila, seminus, e obrigados a cantar versos em que se xingam e enaltecem órgão da Polícia Militar. [Leia mais...]

Presos em Conquista têm que cantar 'eu sou putinha', diz OAB

Foto: Divulgação

Por: Matheus Simoni no dia 28 de março de 2017 às 16:38

Atualizado: no dia 28 de março de 2017 às 16:38

Um relato feito pela comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Vitória da Conquista ganhou repercussão nacional nesta semana. Em denúncia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, a seccional baiana aponta que os presos do presídio de Vitória da Conquista são colocados em fila, seminus, e obrigados a cantar versos em que se xingam e enaltecem órgão da Polícia Militar. Segundo a denúncia, os detentos que não cantam acabam apanhando dos agentes.

Pelo relato da OAB, presos eram forçados a cantar "eu sou putinha e a Caesg é barril", citando Companhia de Ações Especiais do Sudoeste e Gerais (Caesg ), como era chamada a Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe), unidade especializada da PM que atua na repressão a grupos criminosos. No presídio, a Cipe dá suporte à segurança durante as revistas.

Ainda de acordo com a OAB, há outros relatos de espancamentos, utilização de spray de pimenta nas celas, armas de choque e uso contínuo de cães de grande porte como forma de intimidação aos detentos. Em contato com a Folha, a OAB diz ter constatado os problemas em visita ao presídio no último dia 20 de fevereiro, acompanhado do Conselho da Comunidade para Assuntos Penais. Segundo a comissão, alguns presos tinham feridas e hematomas de aspecto recente. "É uma situação lamentável", disse o advogado Alexandre Garcia Araújo, vice-presidente da comissão.

Em resposta, a Polícia Militar da Bahia disse por meio de nota que não há registro na Ouvidoria ou na Corregedoria de denúncia sobre a atuação de PMs no presídio e que disponibiliza um telefone gratuito e um site para receber queixas. As ações da Cipe, segundo o texto, "são pautadas na técnica e na legalidade sendo amplamente reconhecida na região pela excelência no combate ao crime organizado".