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Terça-feira, 19 de março de 2024

Política

Após vazamento, Moro põe sob sigilo planilha de doações da Odebrecht

O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quarta-feira (23) sigilo sobre a planilha apreendida pela Odebrecht que cita quase 200 políticos e partidos como supostos destinatários de valores da empreiteira. Segundo o magistrado, é prematuro concluir sobre esses pagamentos da empresa porque não há clareza se são doações legais ou caixa 2. Moro pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre "eventual remessa" da documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF). [Leia mais...]

Após vazamento, Moro põe sob sigilo planilha de doações da Odebrecht

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Por: Matheus Simoni no dia 23 de março de 2016 às 15:09

O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta quarta-feira (23) sigilo sobre a planilha apreendida pela Odebrecht que cita quase 200 políticos e partidos como supostos destinatários de valores da empreiteira. Segundo o magistrado, é prematuro concluir sobre esses pagamentos da empresa porque não há clareza se são doações legais ou caixa 2. Moro pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre "eventual remessa" da documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", argumentou o juiz, por meio de despacho.

"De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do Ministério Público Federal para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado", concluiu.

Entenda o caso

A Polícia Federal apreendeu documentos que contêm possíveis repasses da empreiteira Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos de todo o país. As planilhas estavam em poder do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, e foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, já batizada de “Acarajé”. Os valores ainda não podem ser consideradas como prática de caixa 2. Entre os principais políticos citados estão Aécio Neves (PSDB), Eduardo Cunha (PMDB), Eduardo Paes (PMDB), Humberto Costa (PT), e José Serra (PSDB). 

Constam também na lista os nomes dos principais candidatos à prefeitura de Salvador em 2012: ACM Neto (DEM), Nelson Pelegrino (PT) e Mário Kertész (à época no PMDB). Na edição desta quarta-feira (23) do Jornal do Meio-Dia, da Rádio Metrópole, MK declarou desconhecer o pagamento e se mostrou surpreso com a indicação do codinome “Roberval” como suposta referência a ele.