Micareta de Feira: dono de bloco denuncia fiscais fantasmas e ações políticas

A Micareta de Feira de Santana é uma das mais antigas do país, mas há algum tempo não tem o brilho que a fez ficar conhecida. Neste sábado (30), Kleber San Galo, ex-produtor da Caco de Telha e dono do tradicional bloco A Tribo — que este ano não está no evento —, fez duras críticas à administração da festa e denunciou a presença de fiscais fantasmas na festa por indicações políticas.

Segundo Klebão — como é conhecido —, a administração do prefeito José Ronaldo (DEM) prioriza interesses políticos e ignora o cuidado com o evento. "A gestão da festa, não só esta mas todas as últimas, não foca no sucesso, e, sim, no palanque político", escreveu em seu Facebook. 

Além de criticar a "quantidade sem qualidade" das atrações, "em que os bons somem em meio aos tantos ruins", o produtor afirmou que há fiscais de trios e blocos que recebem da Prefeitura sem trabalhar. "400 e tantos fiscais remunerados, e menos de 30 trabalham. Por quê? Política", denunciou. 

Klebão falou ainda da ausência de revista nos portões da micareta — que já tem a fama de ser violenta — e da falta de "objetivo, visibilidade ou segurança" do tradicional Point Universitário — espaço em que estudantes de cursos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) gerenciam bares e lanchonetes para arrecadar recursos para eventos acadêmicos. O esvaziamento do Point, inclusive, tem sido criticado durante toda a gestão de Ronaldo na Prefeitura.

Ao fim de sua postagem no Facebook, Klebão voltou a atacar as medidas feitas por José Ronaldo supostamente a fim de preservar seu relacionamento com setores do comércio e economizar na qualidade da festa. "Sem o Corredor da Folia, onde só o folião do bloco entrava, acabou-se com o porquê dos blocos, que por si sós, já estão anacrônicos em todo local. Percurso pequeno, para gastar menos com iluminação e segurança e sofrer menos críticas do comércio. Tudo política. Ou quebram paradigmas e cuidam ou matarão a maior marca de Feira, que definha já sem público qualificado e formador de opinião", encerrou.