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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Política

Dilma nega que Wagner tenha negociado impeachment em troca de apoio a Cunha

Uma possível negociação sobre o pedido de impeachment da atual presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), foi denunciada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no começo deste mês. [Leia mais...]

Dilma nega que Wagner tenha negociado impeachment em troca de apoio a Cunha

Foto: Divulgação / ABr

Por: Camila Tíssia e Felipe Paranhos no dia 28 de junho de 2016 às 09:59

Uma possível negociação sobre o pedido de impeachment da atual presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), foi denunciada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no começo deste mês. Segundo o peemedebista, Jaques Wagner (PT), ex-ministro chefe da Casa Civil, teria oferecido apoio do PT no processo no Conselho de Ética e, em troca, o pedido não seria deflagrado na Câmara. A afirmação já foi negada pelo próprio Wagner e, agora, pela petista, durante entrevista à Rádio Metrópole, nesta terça-feira (28).  

Segundo Dilma, em nome do governo, Wagner "sempre" buscou relações com o deputado — afastado da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — para poder aprovar os projetos que o partido considerava essencial para o Brasil sair da crise. "E não deram resultado. Nunca ele negociou algo relativo ao impeachment. Tanto que, quando Eduardo Cunha coloca a seguinte questão pra nós — 'ou vocês nos dão três votos de deputados do PT no Conselho de Ética ou nós vamos aprovar o impeachment' — nós nos recusamos a dar e ele recebeu o processo de impeachment. Tanto assim que nós chamamos esse processo de fraudulento, entre outras coisas, porque tem um desvio de finalidade", declarou, citando a chantagem do peemedebista. 

A presidente falou também que o ex-ministro negociava com Eduardo Cunha a aprovação das medidas que estavam em trâmite e "ele trancava". "Veja que coisa terrível. Durante todo esse ano de 2016, até as proximidades do meu afastamento, ele nunca nomeou as comissões. Nenhuma das comissões que são essenciais para que a Câmara funcione. Nós passamos o tempo todo numa luta, e ele fazia uma política do quanto pior, melhor. Era isso que nós tentavamos impedir", falou ."Cada vez que a gente procurava aprovar medidas para que atravessásemos o mais rápido possível esse momento, ele vinha com a aprovação de pautas-bomba. Ele fazia uma porção de pautas demagógicas, que hoje não são feitas, pra inviabilizar o meu governo. Foi isso que Wagner passou o tempo todo tentando impedir e fazer com que a Câmara funcionasse. E ele bloqueou todas as tentativas", completou.

Ouça a entrevista completa abaixo: