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“Na ausência de projeto de governo, tudo vira negociação”, diz Requião sobre relação entre Planalto e Congresso

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“Na ausência de projeto de governo, tudo vira negociação”, diz Requião sobre relação entre Planalto e Congresso

Entrevistado na Rádio Metropole nesta sexta-feira (26), o ex-governador do Paraná afirmou que o excesso de negociações com o Congresso está relacionado a uma "ausência de projeto de governo"

“Na ausência de projeto de governo, tudo vira negociação”, diz Requião sobre relação entre Planalto e Congresso

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 26 de abril de 2024 às 09:13

Ex-governador e ex-senador do Paraná, Roberto Requião anunciou no final de março sua saída do PT, partido do qual fazia parte desde 2022. Em entrevista à Rádio Metropole nesta sexta-feira (26), ele falou sobre desfiliação e analisou a relação do governo Lula com o Congresso. Para Requião, é a “ausência de um projeto de governo” que tem aberto espaço para as negociações, retaliações e pressões vindas do Senado e sobretudo da Câmara dos Deputados.

“Eles dizem que hoje temos um governo de coalizão. O Senado e a Câmara dialogam com o governo e colocam as suas posições. Não é de coalizão, é de guerra. E é de uma guerra medíocre. Na ausência de um projeto de governo do nosso presidente Lula, tudo se transforma numa negociação”, afirmou. 

Nas últimas semanas, ganharam destaque as críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação do Planalto com o Congresso, e as ameaças de instauração de cinco CPIs da oposição ao governo. Na Metropole, Requião criticou esse tipo de comportamento dos parlamentares e relacionou às emendas impositivas

O pessoal quer uma emenda para conseguir a reeleição beneficiando a sua base. Não tem a perspectiva da visão macro nacional. Agora, por que isso aconteceu? Aconteceu lá atrás, [com] a tal emenda impositiva. Por quê? Porque o governo, e era o governo do Lula, depois Dilma, só liberava emenda para o pessoal ligado ao governo, das tendências que estavam mais próximas ao presidente. E os outros ficavam completamente desamparados. Como não havia um projeto claro de crescimento nacional, o pessoal se agarrava na emendinha para viabilizar a continuidade da sua reeleição. Eles vetaram a emenda impositiva e o Congresso hoje está assim”, avaliou o ex-senador. 

Requião relembrou ainda seus três mandatos como governador do Paraná, quando não tinha a maioria na assembleia legislativa e, segundo ele, mesmo assim, não perdia nas votações dos deputados. 

“Eu mostrava para os parlamentares o que ia fazer. Eu ia fazer mil escolas novas no Paraná, eu reunia com a oposição, conseguia financiamento se fosse o caso, mas mostrava para eles que se eles aprovassem o meu projeto, eles podiam ir para o interior e dizer para a população que aquilo só tinha saído por causa deles. Eu nunca perdi uma eleição num diálogo. Não acredito que o Congresso seja um Congresso só de picaretas. É claro que temos algumas figuras perdidas por lá, mas falta projeto de governo. O Lula está enrolando”, disse.

Acompanhe a entrevista: