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Mesmo com só R$ 300 em doações, ONG informa e ajuda quem tem hepatites virais

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Mesmo com só R$ 300 em doações, ONG informa e ajuda quem tem hepatites virais

Por causarem fibrose no fígado, formas mais agressivas da hepatite C evoluem, em até 20% dos quadros, para um câncer. E esse foi o caso de Rômulo, que após estar curado da hepatite, foi diagnosticado com a doença. Saber a importância do diagnóstico precoce motivou, em 2002, a criação do Grupo Vontade de Viver, que oferece apoio a portadores de todos os tipos de hepatites virais. [Leia mais...]

Mesmo com só R$ 300 em doações, ONG informa e ajuda quem tem hepatites virais

Foto: Valter Pontes/Agecom

Por: Bárbara Silveira no dia 26 de julho de 2016 às 08:02

Na última segunda-feira (25), a Metrópole contou a história do engenheiro Rômulo Corrêa, que foi diagnosticado com hepatite C no início da década de 1990. Com as restrições tecnológicas vividas pelo Brasil — que só passou a realizar o diagnóstico do tipo C da doença em 1993 –, o sangue de Rômulo teve que ser enviado à Itália para que o tratamento tivesse início.

Por causarem fibrose no fígado, formas mais agressivas da hepatite C evoluem, em até 20% dos quadros, para um câncer. E esse foi o caso de Rômulo, que após estar curado da hepatite, foi diagnosticado com a doença. Saber a importância do diagnóstico precoce motivou, em 2002, a criação do Grupo Vontade de Viver, que oferece apoio a portadores de todos os tipos de hepatites virais. “O doutor Raymundo Paraná, que é um dos melhores hepatologistas do Brasil, convidou oito pacientes e ex-pacientes dele e incentivou a gente a fundar essa ONG”, lembra Rômulo, que preside a entidade sem fins lucrativos.

Presidida por Rômulo, a ONG funciona no multicentro de Saúde Carlos Gomes, na avenida de mesmo nome, em Salvador, num espaço cedido pela Secretaria Municipal de Saúde. “Inclusive, tem um termo que a gente renova a cada dois anos. É graças a isso que a gente existe, porque não tínhamos condição de ter uma sede, não cobramos pelo nosso serviço. Lá a gente não paga aluguel, água, luz, segurança. Tudo isso nos é proporcionado”, explica.

Apenas R$ 300 mensais em doações

Segundo Rômulo, a Vontade de Viver é mantida com muita dificuldade, por meio de doações — que são insuficientes para arcar com os gastos do atendimento de cerca de 200 pacientes e familiares vindos de Salvador e de cidades do interior. “São muito poucas [doações], dá R$ 300 [por mês] (...) Somos um grupo de apoio. A pessoa quer tirar dúvidas, saber o que é hepatite, quais os problemas, e a gente dá a informação”, afirma.

Serviços oferecidos

Com 14 anos de atuação, a ONG realiza serviços de encaminhamento médico, além de apoio psicológico a pacientes e familiares que buscam por ajuda. “A gente encaminha as pessoas para fazer o teste — o específico, porque o dito ‘normal’ não acusa [a hepatite C]. Mandamos também pacientes já diagnosticados com a doença para o tratamento através do SUS [Sistema Único de Saúde]. E também se a pessoa tiver dúvida durante o tratamento sobre onde ela pode fazer exame de graça. Além disso, tem o ombro amigo. Os medicamentos modernos dão menos efeitos colaterais e o tratamento é mais rápido, mas antes era horrível, com efeitos muito fortes. A pessoa chegava apavorada”, lembra.

Apesar dos cerca de 800 associados, o presidente da ONG explica que muitos dos voluntários que auxiliam o trabalho durante o tratamento deixam a instituição após estarem curados. “E temos ainda um plantão no ambulatório de hepatite do Hospital das Clínicas, em Salvador”, afirma Rômulo, destacando a necessidade de novos voluntários para manter o projeto de pé.

Saiba como ajudar

Ressaltando que não é necessário trabalhar na área de saúde para se tornar um voluntário, Rômulo destaca que é necessária apenas boa vontade. Por intermédio do site do grupo, a coordenação explica que são seis tipos de voluntariado: plantonistas, repositores de materiais em pontos de divulgação, trabalho em campanhas preventivas, captadores de recursos, profissionais de saúde e de outras áreas técnicas, além de voluntários financeiros. Quer ajudar? Acesse o site da ONG ou ligue para (71) 3321-7646, 9985-1293, 9936-4676 ou 9961-5809.

Metrópole na luta contra a desinformação

Segundo o Ministério da Saúde, a principal vilã na história é a falta de informação. Para chamar a atenção da população para a questão, o governo federal criou a campanha Julho Amarelo, com ações que alertam para os perigos das doenças realizadas ao longo de todo o mês em parceria com os governos estaduais e administrações municipais. Por conta disso, nessa semana, além das tradicionais notícias de política, economia, esportes, polícia e cidades veiculadas no portal Metro1, no Jornal da Metrópole e na Rádio Metrópole, vamos trazer também uma série especial sobre saúde, abordando características do tratamento e diagnóstico das hepatites virais.