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Quarta-feira, 27 de março de 2024

Saúde

Hepatite C "não tem vacina", diz patologista Raimundo Paraná

Nesta semana, o Grupo Metrópole trouxe uma série especial sobre saúde. Nesta primeira edição, o projeto abordou o "Julho Amarelo", mês de luta contra as hepatites virais. Durante o Jornal da Cidade 2ª Edição, da Rádio Metrópole, desta sexta-feira (29), o patologista Raimundo Paraná falou sobre as diferenças de cada uma delas. [Leia mais...]

Hepatite C "não tem vacina", diz patologista Raimundo Paraná

Foto: Stephanie Suerdieck/Metropress

Por: Jessica Galvão no dia 29 de julho de 2016 às 19:28

Nesta semana, o Grupo Metrópole trouxe uma série especial sobre saúde. Nesta primeira edição, o projeto abordou o "Julho Amarelo", mês de luta contra as hepatites virais. Durante o Jornal da Cidade 2ª Edição, da Rádio Metrópole, desta sexta-feira (29), o patologista Raimundo Paraná falou sobre as diferenças de cada uma delas. "Hepatite é um termo genérico, um termo grego, que significa inflamação no fígado. Isso pode ser causado por uma série de fatores, como doenças genéticas, doenças autoimunes, questões comportamentais, uso de medicamentos alopáticos, chás, obesidade, dislipidemia, ou seja, alterações de colesterol. Tudo isso pode causar hepatite", falou.

De acordo com Paraná, as hepatites A e a E são transmitidas por água e alimentos contaminados. "Já foram, sobretudo a hepatite A, um problema de saúde pública muito mais complexo no Brasil, mas felizmente melhoramos a questão do suprimento de água e saneamento básico. Os que tem mais de 50 [anos] como eu, lembra que as praias de Salvador todas elas tinham o seu esgoto que corria a céu aberto. Felizmente essas coisas melhoraram e isso melhorou as hepatites transmitidas por veículo hídrico como a hepatite A e E", disse. Mas a hepatite B se transmite pela via sexual e ela pode cronificar, diferente das outras que eu mencionei, ou seja, ficar no organismo causando lesão por muito tempo. Quando o indíviduo não cura espontaneamente, ela fica no organismo. Mas a hepatite B está também diminuindo, porque as pessoas estão sendo educadas para praticar sexo protegido e, além disso, a vacinação está amplamente disponível e reduziu imensamente o número de casos de hepatite B", completou o patologista.

Além disso, o doutor Raimundo Paraná disse que a hepatite C não tem vacina. "O vírus uma vez introduzido no organismo, o indivíduo tem uma chance de apenas 25% de curar espontaneamente. 75% dos indivíduos se tornam portadores do vírus. É por isso que nós estamos hoje diagnosticando pacientes com doença avançada, mas que foram contaminados na década de 60, 70, 80 e início da década de 90. Quando não tínhamos a cultura de usar o material descartável. A maioria dos nossos pacientes se contaminou através de procedimentos médicos ou uso de seringa de vidro que era muito comum no passado", falou.

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