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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Lula? Bolsonaro? Quero saber é onde vai ser o feijão no 2 de Julho

" (...) passe lá em casa pra bater um feijão” é um convite tão normal quanto pra caruru em setembro

Lula? Bolsonaro? Quero saber é onde vai ser o feijão no 2 de Julho

Foto: Reprodução - Jornal da Metropole

Por: James Martins no dia 30 de junho de 2022 às 08:35

Quem foi que começou essa onda de comer e oferecer feijão no 2 de Julho? Coloquei em maiúscula pra reverenciar a data magna, e é a ela mesma que me refiro aqui, não ao bairro batizado em sua homenagem. Repito a pergunta: quem inventou esse negócio de Feijão de 2 de Julho? Eu mesmo já fiz, pra receber amigos em casa antes, durante e depois do cortejo. Quando não fiz, fui comer nas casas dos outros. Aqui no Santo Antônio Além do Carmo temos vários, alguns já tradicionais, como o de Ademir e Dora, do D’Venetta. Mas são comuns também no Barbalho, na Lapinha, na Soledade… e até mesmo em bairros distantes do caminho por onde passou o exército libertador. “Vai fazer o que no Dois de Julho? Passe lá em casa pra bater um feijão”, é um convite tão normal quanto pra caruru em setembro. Como começou? Não faço a menor ideia, só sei que adoro.

Neste ano, depois de dois de abstinência e na véspera dos 200 anos da Independência da Bahia, tá todo mundo alvoroçado não só para rever o Caboclo e Cabocla em seus carros triunfais, para reverenciar Maria Quitéria ou o Periquitão, mas também pra emendar um feijão no outro, que fome é o que não falta. Quem puder e tiver consideração, leva bebida para colaborar com os anfitriões. Pois feijão de bico seco não rola. Outra coisa interessante é o costume local de chamar o prato de “feijão”, simplesmente, em vez de feijoada. Mas também tem muita gente ansiosa para acompanhar seus ídolos políticos neste ano eleitoral, que tudo isso também faz parte da tradição da data. 

Só que Bolsonaro já anunciou que, embora venha a Salvador, não vai participar do cortejo, mas capitanear uma motociata partindo da Barra. E Lula, que também confirmou presença, participará de um encontro na Itaipava Arena Fonte Nova. São eventos particulares aproveitando a hora de comoção pública, mas sem se confundir com ela. Algo assim como a festa Bonfim Light ou a Enxaguada de Iemanjá. Enquanto isso, vai rolar feijão nas casas, mesmo com tudo saindo pela hora da morte. Viva o 2 de Julho!

 

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