Com Feira e Conquista no top das mais perigosas, professor aponta razões para interiorização da violência

As cidades baianas de Feira de Santana e Vitória da Conquista foram colocadas entre os municípios mais violentos do mundo A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) contestou os métodos que geraram o ranking. Para o professor titular de estratégia e gestão pública do Insper e professor licenciado da Escola de Administração da UFBA, Sandro Cabral, existem motivos que podem estar por trás do movimento de interiorização da violência.

Para o professor, cidades do interior trazem um traço cultural forte que pode influenciar no resultado da pesquisa. “No interior é mais recorrente se ter uma cultura de resolução de conflitos por meio de soluções privadas. É mais fácil a não utilização dos meios legais, da justiça; Isso pode explicar, de certa maneira, cidades do interior terem índices maiores de violência", avalia. Além das cidades baianas, outras cidades do interior brasileiro também aparecem no ranking. É o caso de Mossoró, no Rio Grande do Norte e Sorocaba em São Paulo, por exemplo.

Para Sandro ainda pode estar exercendo influência nos números uma recente mudança no que diz respeito à política de acesso às armas no país. “Com a facilidade de acesso às armas fica mais fácil com que essa cultura da violência que é forte no interior acabe se intensificando”, diz Cabral.