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Coelba irrita baianos com mudanças no pagamento de conta e fortalece projeto de estatização

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Coelba irrita baianos com mudanças no pagamento de conta e fortalece projeto de estatização

Se depender do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), a Coelba volta para a gerência do Governo do Estado o quanto antes

Coelba irrita baianos com mudanças no pagamento de conta e fortalece projeto de estatização

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira no dia 28 de junho de 2018 às 08:16

Moradora do bairro de Pau da Lima, em Salvador, Betânia Silva trava uma verdadeira batalha para conseguir encontrar um local para pagar a conta da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). Há cerca de um mês, as 890 casas lotéricas que funcionam no estado pararam de realizar o serviço, que passou a ser feito nos postos de atendimento da companhia, em agências dos Correios e nos bancos. “Sempre vejo as pessoas reclamando bastante. Fui em um posto de recebimento da Coelba, mas a fila estava imensa. São duas horas para receber uma conta, isso quando o sistema não cai. Eu estou me sentindo prejudicada”, criticou a consumidora. 

Enquanto os consumidores aguardam nas gigantescas filas, a Coelba tenta minimizar os prejuízos causados pela mudança e culpa a Caixa Econômica. Mas os dias da Coelba à frente do fornecimento de energia no estado podem estar perto do fim.

Avalanche de reclamações 
Morador de Vitória da Conquista, no norte do Estado, Wesley Portugal afirma que faltam postos de recebimento na terceira maior cidade da Bahia. “Estamos enfrentando filas quilométricas. É inadmissível uma empresa como a Coelba causar um transtorno desses a população”, desabafou. No site Reclame Aqui, plataforma que reúne queixas de consumidores, a Coelba recebeu 1.333 reclamações no último ano. “Só que cobrar a energia cara e na hora de colocar pontos de comércio para pagar não coloca. Vamos ficar todos sem pagar energia”, reclamou Luana Santos, na página da empresa no Facebook.

Coelba minimiza caos
O impasse, segundo a Coelba, se deu por conta do reajuste da tarifa por fatura arrecadada implantado pela Caixa, que agora gira em torno de 54%. “Tornou inviável a manutenção do convênio”, explicou o Gerente de Atendimento da Coelba, Carlos Morais. 

Questionado sobre o prejuízo causado ao consumidor, o gerente garantiu que o dano não foi tão grande assim. “Em todo estado, cerca de 800 lotéricas prestavam o serviço. Por exemplo, a Coelba possui cerca de 730 pontos do Coelba Serviço, o número próximo”, disse Morais. 

Posto até tem, mas funciona?
Apesar de a Coelba garantir que as contas podem ser pagas em 730 pontos de serviço, na prática a situação não é bem assim. Na última terça-feira o Jornal da Metrópole esteve na agência dos Correios do Campo Grande e o pagamento da conta de energia só estava sendo feito via cartão de correntistas do Banco do Brasil. Segundo um funcionário, a medida era para evitar a movimentação de dinheiro na agência por conta dos assaltos. 

Além dessa dificuldade, outro problema que o consumidor enfrenta na hora de pagar a conta de luz é encontrar os postos de pagamento. A área destinada ao assunto no site da Coelba fica constantemente fora do ar, como durante toda a manhã da última quarta-feira (27). “Você não sabe o dia que vai conseguir pagar. Nas lotéricas era rápido, nesses postos é muito difícil”, reclamou Betânia Silva. 

Coronel quer estatização
Se depender do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), a Coelba volta para a gerência do Governo do Estado o quanto antes. “A ideia de querer estatizar a Coelba se deu pois, quando foi privatizada, a ideia era que a Coelba fizesse investimentos para melhorar o atendimento a população, mas aconteceu o inverso. A Coelba tem problemas sérios. Tenho dialogado com o governador Rui Costa (PT), sei que teremos problemas de caixa, estamos vendo qual a equação”, explicou. 

De acordo com o superintendente da Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon-BA), Filipe Vieira, a Coelba pode ser punida por não oferecer um serviço de qualidade. “Pode ser objeto de cobrança de uma multa”, adiantou.

         >> Leia a matéria completa no Jornal da Metrópole dessa semana