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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Brasil

Governos ignoram desde 2010 alertas do TCU sobre falhas no sistema elétrico 

Problemas estruturais que pesam no atual desequilíbrio do setor, em grande maioria, não foram sanados

Governos ignoram desde 2010 alertas do TCU sobre falhas no sistema elétrico 

Foto: Beth Santos/Secretaria-Geral da PR

Por: Metro1 no dia 19 de junho de 2021 às 10:27

Sucessivos governos desde 2010 ignoraram alertas do TCU (Tribunal de Contas União) sobre falhas no sistema elétrico. Problemas estruturais que pesam no atual desequilíbrio do setor, em grande maioria, não foram sanados, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

Com a crise atual, que se agrava mês a mês diante das previsões de menos chuva, a SeinfraElétrica (Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Energia Elétrica) da corte montou um plano de monitoramento.

A intenção é cobrar soluções do governo Jair Bolsonaro e de órgãos vinculados, como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

De acordo com a Folha, os problemas são antigos e se arrastaram também pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

Foram identificadas, desde 2010, por exemplo, dez problemas com potenciais de dano aos consumidores.

Somente um deles custa ainda cerca de R$ 3,5 bilhões por ano a mais nas contas de luz. Trata-se de um descompasso entre as chamadas garantias físicas das hidrelétricas (energia assegurada, ou prometida, para a venda) e a energia que elas efetivamente injetam no sistema.

Em nota, o MME (Ministério de Minas e Energia), por sua vez, afirmou à publicação que sempre responde às recomendações do TCU. O ONS (Operador do Sistema Nacional) disse que busca melhorar a operação com base nos recursos disponíveis.

Um dos exemplos, segundo a pasta, vem sendo a atuação sinérgica com o TCU na revisão das garantias físicas das hidrelétricas. "O processo envolve entidades como ANA [Agência Nacional de Água], Aneel, EPE, ONS e o próprio MME, e terá como resultado uma adequação maior à realidade do sistema elétrico estimado para 2025."