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Diferença salarial entre homens e mulheres cresce e chega a 20,7% no Brasil, aponta governo

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Diferença salarial entre homens e mulheres cresce e chega a 20,7% no Brasil, aponta governo

Relatório mostra que mulheres negras recebem metade do salário de homens brancos; em cargos de chefia, desigualdade chega a 27%

Diferença salarial entre homens e mulheres cresce e chega a 20,7% no Brasil, aponta governo

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 02 de novembro de 2025 às 08:15

Atualizado: no dia 02 de novembro de 2025 às 08:21

A disparidade salarial entre homens e mulheres aumentou em 2023 e as brasileiras receberam, em média, 20,7% menos que os homens, segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial do governo federal, que será divulgado nesta quarta-feira (18) pelos ministérios do Trabalho e das Mulheres.

O levantamento foi elaborado com dados de 50.692 empresas com cem ou mais empregados, número exigido pela lei de igualdade salarial, aprovada em 2023. No primeiro relatório, divulgado em março com base em dados de 2022, a diferença era de 19,4%.

Em 2023, a remuneração média das mulheres foi de R$ 3.565,48, enquanto a dos homens chegou a R$ 4.495,39. Segundo a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, o aumento da disparidade se deve ao fato de que o crescimento da empregabilidade feminina ocorreu em funções com salários mais baixos.

“Houve um forte crescimento da geração de empregos para mulheres, mas são vagas que pagam menos. Então, a diferença [salarial entre homens e mulheres] se ampliou um pouco”, afirma. “Esses postos de trabalho precisam de salários maiores.”

Entre dirigentes e gerentes, a desigualdade é ainda maior: 27% — contra 25,2% em 2022.

O relatório também aponta que a distância salarial é ainda mais acentuada entre recortes de raça. Mulheres negras recebem, em média, 50,2% da renda dos homens brancos. O salário médio das mulheres negras foi de R$ 2.745,76, enquanto o dos homens não negros chegou a R$ 5.464,29.

Montagner destaca que as mulheres negras estão concentradas em ocupações da base da pirâmide, como serviços domésticos, limpeza e alimentação, enquanto os homens predominam em indústrias, cargos públicos e funções de direção.

O governo pretende dialogar com empresas que apresentaram melhores indicadores para compartilhar boas práticas de igualdade. Nenhuma empresa foi multada até agora, embora aquelas que descumprirem a lei, estejam sujeitas a sanções de até 3% da folha de pagamento, limitadas a cem salários mínimos.

Nesta quarta-feira (5), o Ministério das Mulheres também apresentará o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com 79 ações divididas em três eixos: acesso e ampliação da participação feminina, permanência no mercado de trabalho e valorização profissional.