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Interferência de Bolsonaro pode desacreditar PF, diz representante de delegados
Segundo o presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva, liberdade do diretor-geral na composição da equipe é um pressuposto para a autonomia da corporação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Após o presidente Jair Bolsonaro indicar que poderia interferir na escolha do chefe da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, o presidente da Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Felix de Paiva, afirmou que a influência do presidente deve se limitar à escolha do diretor-geral da PF, cargo máximo da instituição, e cabe ao diretor-geral ter liberdade para compor sua equipe.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o representante dos delegados afirmou que esse é um pressuposto para que a PF mantenha a autonomia de seu trabalho e não esteja sob a suspeita de interferência política nas investigações.
"Nós entendemos que a Presidência da República é a autoridade máxima e é óbvio que ele tem um poder de comando muito grande, mas em relação a órgãos de Estado, há uma proteção que ele mesmo, como estadista, deve garantir, inclusive com o apoio da legislação, para que a Polícia Federal fique blindada de qualquer interferência externa", disse. "O presidente, no máximo, deve nomear o diretor-geral, mas não deve descer aos cargos internos da Polícia Federal, sob pena de colocar a Polícia Federal em descrédito", afirmou.
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