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Com greve e pressão dos professores, diretor da Fundação 2 de Julho renuncia após calote

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Com greve e pressão dos professores, diretor da Fundação 2 de Julho renuncia após calote

Após polêmicas, diretoria acadêmica também pediu dispensa do posto

Com greve e pressão dos professores, diretor da Fundação 2 de Julho renuncia após calote

Foto: Divulgação Faculdade 2 de Julho

Por: Adele Robichez no dia 02 de dezembro de 2021 às 15:17

Após quase dez dias de greve, o diretor geral da Fundação 2 de Julho, Marcos Baruch, não resistiu à pressão dos docentes e renunciou ao cargo nesta quinta-feira (2). A informação foi confirmada pelo vice-presidente da instituição Jaime Davi. Ainda não há uma definição de quem irá substitui-lo. Maria das Graças Fraga Maia, da direção acadêmica, também pediu dispensa do posto.

"A renúncia foi exatamente pelo fato de que já não havia diálogo com os profissionais da instituição, houve um desgaste inevitável pela forma como eles estavam lidando com a situação", explicou Jaime, também presidente do Comitê de Gestão de Crise da fundação.

A partir de agora, o comitê trabalha para escolher uma pessoa para representar a administração da faculdade e do colégio 2 de Julho, em Salvador. "A gente pretende agora, como é uma fundação de todos, não tem dono, escolher novos gestores entre o conjunto de profissionais da instituição", afirmou.

Com a mudança, o vice-presidente deseja reerguer a imagem da fundação, envolvida em uma série de polêmicas envolvendo o não cumprimento de direitos trabalhistas."O que a gente espera é a reconstrução da imagem da fundação e a garantia dos direitos dos trabahadores, dos direito sociais e direitos humanos", declarou.

Os professores da Faculdade 2 de Julho suspenderam as atividades, no dia 23 de novembro. A maior parte dos docentes reclama que está com mais de seis meses de salários atrasados. Além da remuneração mensal, há férias e 13º salários não pagos, somando-se a isso o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias e o recolhimento do FGTS.

A edição desta quinta (2) do Jornal da Metropole traz uma reportagem (págs. 6 e 7) que expõe as manobras obscuras utilizadas pela Faculdade 2 de Julho para se manter em funcionamento. 

Entre as acusações citadas no jornal, há uma referente a uma suposta ilegalidade no corpo jurídico da fundação. De acordo com uma denúncia feita à Ordem dos Advogados do Brasil seção Bahia (OAB-BA) pelos professores, a advogada Maria Rapold estaria atuando como assessora jurídica da instituição, mesmo estando suspensa pela órgão desde 2018. Sendo assim, ela não poderia advogar e qualquer ato seu é nulo.

Diante das evidências, confirmadas pelos sistemas da OAB, Maria foi afastada da instituição nesta quinta (30). Questionado sobre a providência tardia, o representante da F2J esclareceu que "só tomou conhecimento agora". "A gente já vinha buscando essas informações, mas com esse momento, as comprovações surgiram e ela foi afastada", completou. De acordo com Jaime, a advogada não participou diretamente dos processos jurídicos envolvendo a fundação no período em que esteve suspensa, apenas "assessorava a diretoria".