Cidade
“Transporte público se tornará um problema nacional”, diz Bruno Reis
Prefeito de Salvador deu entrevista a Mário Kertész no Jornal da Bahia no Ar, da Rádio Metropole
Foto: Beatriz de Paula / Metropress
Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar, da Rádio Metropole, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), analisou a questão do transporte público em Salvador. O prefeito explicou que o possível aumento na tarifa precisa obedecer parâmetros específicos. Bruno admitiu que o sistema de transportes da cidade enfrenta problemas sérios. “A tarifa não remunera mais o sistema. Os R$ 4.40, que é um valor alto, não paga o serviço, que não é um serviço. É uma operação deficitária, por isso nós prefeitos estamos chamando atenção do governo federal. Em todo o lugar do mundo o transporte é subsidiado”, disse.
A ideia de vários prefeitos do país é que, pelo menos, o governo federal custeie os valores correspondente à gratuidade. Se a aprovação vier, Salvador deve receber R$ 64 milhões, o que representa cerca de 10% do faturamento do sistema, e que evitaria um aumento grande da tarifa. “Se não houver algum tipo de apoio, vai ocorrer em 2022 o que ocorreu em 2013”, disse Bruno. O prefeito ainda analisou os reflexos da pandemia no transporte público, e detalhou que a prefeitura precisa cumprir regras contratuais. “A pandemia veio para acabar com diversas empresas. O combustível aumentou, todas as peças de manutenção tiveram aumento. Caiu o número de passageiros e, para completar, temos a inflação a 10%. Tudo isso agravou ainda mais a situação que já vinha ruim. Os contratos de concessão tem regras. Se for seguir o que o contrato estabelece é pelo menos 10% de aumento, e a população não tem condição de pagar”, afirmou o prefeito.
Bruno ainda chamou atenção para a necessidade de mudar a forma de uso do transporte público na cidade. “O passageiro em Salvador se acostumou a ter a sua linha. Sair de casa e chegar no trabalho em uma linha só. Esse meio de transporte é mais lento, menos confortável e seguro do que os outros modais que chegaram. A gente precisa mudar a cultura para ter uma solução definitiva no sistema”, explicou.
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