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Após repreender manifestação em escola, secretaria de Lauro planeja ações contra racismo religioso

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Após repreender manifestação em escola, secretaria de Lauro planeja ações contra racismo religioso

Duas irmãs praticantes do candomblé foram apontadas como causadoras de mal estar geral entre alunos de uma escola da cidade na última segunda-feira (28)

Após repreender manifestação em escola, secretaria de Lauro planeja ações contra racismo religioso

Foto: SCOM / SEMED

Por: Adele Robichez no dia 28 de julho de 2022 às 14:41

Representantes das secretarias municipais da Educação (SEMED) e da Promoção da Igualdade Racial (SEPADHIR)  se reuniram, nesta quarta-feira (27), para discutir ações de combate ao bullying, ao racismo religioso e institucional, após ataques sofridos por alunas adeptas às religiões de matriz africana da Escola Municipal 2 de Julho, em Itinga.

Após a denúncia veiculada pelo Metro1, na última segunda-feira (25), de que duas estudantes da Escola Municipal Dois de Julho, em Lauro de Freitas, teriam sido vítimas de intolerância religiosa no ambiente escolar, a SEMED divulgou uma nota se posicionado contra a livre manifestação religiosa

Agora, em um novo comunicado, desta quinta-feira (28), a pasta afirma que irá realizar, na unidade de ensino, ações e intervenções de conscientização sobre a História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, além das implicações legais sobre esses tipos de crimes. A medida é prevista em lei.

A comitiva da SEPADHIR foi recebida pelo coordenador-executivo da SEMED, Vitor Veiga. Participaram do encontro a titular da SEPADHIR, Deize Marize, a superintendente de Igualdade Racial do órgão, Aline Santos, o coordenador de Direitos Humanos da pasta, Gabriel Sodré, e a assessora Luciana Nascimento.

“Inicialmente, parece que estamos diante de mais um caso de racismo religioso e institucional, motivadas por atitudes desrespeitosas. Estamos ouvindo e acompanhando a família das duas crianças”, avaliou a superintendente da SEPADHIR.

Na última sexta-feira (22), informações falsas atribuíram às alunas a responsabilidade de terem provocado um mal estar geral entre os colegas. Segundo a nota da prefeitura de Lauro de Freitas, os boatos começaram após uma aluna pedir ao professor para acompanhar no banheiro a irmã, porque esta não se sentia bem.

"Como ambas são adeptas do candomblé, logo começou a circular na escola uma versão de que o mal estar teria levado a uma terceira estudante, da mesma religião de matriz africana, a incorporar uma divindade, o que teria provocado uma reação em cadeia em outros alunos", completa o comunicado, acrescentando que funcionários ouvidos desmentiram os relatos falsos.