
Cidade
Motoristas denunciam cobrança de aliciadores para evitar reboque em blitzes nas vias de Salvador
Transalvador afirma ter conhecimento da prática, mas nega envolvimento de agentes

Foto: Bruno Concha/Secom
A poucos metros antes de blitzes alocadas em vias de Salvador, indivíduos se distribuem para oferecer um serviço: assumir a direção de veículos conduzidos por motoristas alcoolizados para passar pelos agentes e evitar multas e apreensões. Pouco depois, a direção é devolvida ao motorista e ele segue na direção. As cenas foram denunciadas nesta terça-feira (11) por ouvintes na Rádio Metropole. De acordo com os relatos, essas pessoas chegam antes das operações e abordam os motoristas que poderiam ser autuados.
Segundo um dos denunciantes, os aliciadores cobram entre R$ 300 e R$ 600 pelo serviço e teriam ligação com pessoas da Transalvador e de empresas de guincho. “Moro na Avenida Pinto de Aguiar, local de muitas blitz, e lá isso acontece”, afirmou.
Em resposta ao Metro1, a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) confirmou ter ciência da presença dessas pessoas, mas explicou que a prática não configura infração de trânsito. “Esses indivíduos mantêm contato com os condutores fora da área de atuação das blitze", detalhou. Ainda assim, segundo o órgão, com apoio da Guarda Civil Municipal, agentes de trânsito impedem que essas negociações sejam realizadas dentro do perímetro onde ocorrem as abordagens.
As denúncias ainda apontam que pessoas que teriam algum tipo de ligação com agentes abordam os motoristas já autuados oferecendo o serviço de dirigir o carro para evitar que ele seja guinchado e levado para o pátio da Transalvador. Para a reportagem, o órgão também negou qualquer envolvimento de servidores com o grupo e afirmou que não há registro oficial de denúncia sobre o caso.
“Sobre a alegação de que haveria pessoas ligadas à autarquia em contato com esses ‘passadores’, a Transalvador informa que não há qualquer registro oficial de denúncia sobre essa conduta. A Superintendência orienta, ainda, que o ouvinte registre tal alegação na Ouvidoria, por meio do número 156, apresentando instrumentos probatórios que o levaram a essa inferência. Diante disso, a Transalvador procederá à devida apuração e, caso necessário, à responsabilização”, afirmou em nota enviada ao Metro1.
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