AI-5 é uma 'mancha na vida do Brasil', diz MK; ouça

O 50º aniversário do Ato Institucional Nº5, decreto que endureceu ainda mais a ditadura militar iniciada com o golpe de 1964 e restringiu liberdades individuais, foi um dos assuntos do comentário de Mário Kertész, hoje (13), na Rádio Metrópole. Além de relatar as próprias lembranças da ocasião, MK ressaltou que o AI-5 representa uma "mancha na vida do Brasil" e uma página da História que não deve se repetir.

"Essa é uma data que não pode ser esquecida em hipótese alguma. (...) Até o AI-5 não havia censura à imprensa, havia ampla mobilização popular, não havia ainda a repressão que passou a haver em seguida", disse.

De acordo com MK, embora o AI-5 tenha sido promulgado durante o governo do marechal Artur da Costa e Silva, não se pode atribuir a ele a responsabilidade total sobre o decreto. "Ele chegou à presidência com a ideia real e objetiva de promover a distensão. (...) Claro que havia o animus dentro dele, porque ele acreditava, ao meu modo de ver, erroneamente, que o Brasil precisava daquela limpeza, que nós estávamos à beira do comunismo, como Olavo de Carvalho e outros tantos agora acham", analisou.

Mário Kertész ainda voltou a citar o levantamento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda, que lista movimentações suspeitas feitas por assessores de deputados, e comentou uma declaração recente do presidente eleito Jair Bolsonaro.

"Eu vi uma postagem na rede social, feita pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, dizendo que, se erramos, teremos que pagar. Eu quero saber quem errou, que erro foi e como se dará esse pagamento. Isso não pode passar batido de jeito nenhum", afirmou.

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