Cidade
Epidemias causaram morte de dois terços dos indígenas de Salvador, diz professora
Além das doenças, Maria Hilda Baqueiro também enumera fatores como conflitos, a fome e as fugas como determinantes para a "redução brutal" da população indígena
Foto: Reprodução/Youtube
Doenças trazidas pelos portugueses à época da colonização causaram a morte de dois terços da população indígena da capital baiana, que completa 470 anos na próxima sexta-feira (29). A informação é da diretora da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Maria Hilda Baqueiro, em entrevista à Rádio Metrópole, nesta terça-feira (26).
"O desaparecimento de indígenas em Salvador é uma coisa que se processa com muita rapidez. Então por exemplo, vamos ter as grandes epidemias de catapora e sarampo. Em 1560-1563, segundo registros dos jesuítas, dois terços da população indígena morreram. Temos notificações de outros conflitos, doenças e suicídios, de não suportarem a vida de escravidão e de falta de liberdade", disse Maria Hilda.
Além das epidemias, a professora também enumera fatores como conflitos, a fome e as fugas como determinantes para a "redução brutal" da população indígena na primeira capital do país.
Segundo Maria Hilda, não há como estimar, em números, a presença de indígenas na cidade. No entanto, há registros de grande quantidade dos chamados "aldeamentos" em Salvador. Diferentemente das aldeias, em que os povos indígenas vivem com liberdade, os aldeamentos foram lugares administrados por religiosos ou colonos.
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