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Baianas de acarajé abandonam pontos no Terreiro de Jesus por falta de movimento

Cultura

Baianas de acarajé abandonam pontos no Terreiro de Jesus por falta de movimento

Na contramão de outras partes da cidade, onde o tabuleiro de acarajé salva de crises, no Centro Histórico a crise vence

Baianas de acarajé abandonam pontos no Terreiro de Jesus por falta de movimento

Foto: Divulgação

Por: James Martins no dia 11 de julho de 2018 às 15:10

O que parecia impossível aconteceu: baianas de acarajé abandonaram seus pontos por falta de movimento. Quem anda pela cidade vê exatamente o oposto: tabuleiros sendo armados um ao lado do outro – e todos vendendo muito bem, obrigado. No Terreiro de Jesus, porém, a baixa frequência fez as três baianas que trabalham no local desistirem.

"Elas estavam tomando prejuízo", disse o comerciante e agitador cultural Clarindo Silva, dono da Cantina da Lua (que também sofre com a decadência do local). Ele continua, em conversa com o Metro1: "Eu até sugeri que elas fizessem um rodízio, mas, alegaram que nem assim vale à pena. Às vezes até vem um ou outra, mas, a rotina tem sido ausência. Veja bem, as baianas gastam com material, transporte, tempo etc., para chegar aqui e não vender nada... Imagine o drama!".

De fato, nesta quarta-feira (11), nenhuma das três baianas locais estavam em seus pontos. "É melhor ficar em casa do que ter prejuízo, meu filho", diz uma comerciante local que preferiu não se identificar. "Eu espero que o Rui não queira ficar marcado como o governador que abandonou o Pelourinho", completa.

Para ilustrar o que significa a falência de um ponto de acarajé por falta de movimento, basta dizer que em Pernambués, por exemplo, só na órbita da Praça Arthur Lago quatro tabuleiros funcionam a todo vapor (e nenhum é de R$ 1), com filas para atendimento em alguns horários. E assim por toda a cidade, exceto no Centro Histórico, pelo visto.