
Editorial
MK defende 'limites claros' ao presidente Bolsonaro e repudia discurso de ódio; ouça
"Não adianta colocar um impeachment em pauta, é um ato político que vai criar tumulto no país", afirmou, em comentário na Rádio Metrópole

Foto: Matheus Simoni / Metropress
Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (26), Mário Kertész apontou as semelhanças do discurso do presidente Jair Bolsonaro com as falas do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, durante a convenção do Partido Republicano. MK voltou a cobrar moderação por parte do mandatário brasileiro e defendeu que as instituições estabeleçam limites para o comportamento dele, dentro do âmbito democrático.
"Ontem eu estava vendo flashes da Convenção Republicana nos EUA. Primeiro, Trump disse que a culpa da disseminação do coronavírus e de tantas mortes é dos governadores. A mesma coisa que Trumpinho disse aqui. o mesmo papel. E acusam o oponente Joe Biden de querer transformar os EUA num país socialista! Similar a Venezuela e Cuba! Por que eles não mudam o discurso, não modernizam? Que medo mais idiota! Se brincar, o Brasil vai virar uma Venezuela, só que de extrema-direita! Do pensamento único! Agora ficam com isso, rapaz, eu não sei não. A coisa do ódio disseminou-se no mundo todo, e aqui no Brasil continua o pessoal cheio de ódio, de mágoa. Dizem que preferem um presidente grosseiro... O pessoal não consegue enxergar. Eu não tô nem um pouco interessado que acabe o governo de Jair Bolsonaro. Não é por aí, seria um golpe. O que tem é que estabelecer limites! Há quantos meses eu falo isso! Todo mundo, inclusive juristas, enchem a boca para dizer que vivemos num Estado Democrático de Direito. Agora, façam isso funcionar. Se nós vivemos em um Estado Democrático de Direito, o próprio presidente da República já deveria ter recebido limites. (...) Não adianta colocar um impeachment em pauta, é um ato político que vai criar tumulto no país. Mas é preciso estabelecer limites claros, dizer: 'Presidente, o senhor não pode sair se manifestando com golpistas, incentivar manifestações antidemocráticas contra o Supremo e o Congresso'. (...) Acho que se realmente vivemos num Estado Democrático de Direito, nossa democracia tem formas de chegar para o presidente e estabelecer limites dentro da lei", disse.
MK também comentou outros fatos do noticiário, como os protestos antirracistas nos Estados Unidos e o caso da deputada federal Flordelis, acusada de planejar o assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. "Os protestos antirracistas continuam nos Estados Unidos e apareceram novas imagens do assassinato... Eu fico imaginando que diabo passa na cabeça de um policial. A polícia foi chamada a intervir numa briga familiar. Não entendi bem o papel desse cidadão, aparece ele deitado, ele levanta e vai entrar no carro, tinha três filhos menores dele no carro. O policial dá sete tiros nas costas desse cidadão.Ele não estava armado, não forneceu resistência, não teve nenhum ato de agressividade... Está entre a vida e a morte, e se sobreviver não vai andar nunca mais. Sete tiros, sete! Fica parecendo o caso de Flordelis, que disse que o marido sofreu um assalto frustrado. Nunca vi um assalto frustrado dar 30 tiros em um cidadão. Isso é execução. Esse caso é assombroso", pontuou.
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