Justiça
‘É uma visão machista e ofensiva dizer que o aborto vai virar moda’, defende obstetra
Thomaz Rafael Gollop entende que não aprovação da descriminalização pode aumentar o número de casos no Brasil
Foto: Divulgação/STF
O médico ginecologista e obstetra Thomaz Rafael Gollop entende que, em função de um discurso machista, a não aprovação da descriminalização do aborto pode aumentar o número de casos no Brasil.
Em entrevista à Rádio Metrópole, o especialista fez questão de ressaltar que a atual legislação brasileira, que proíbe a prática, é “ineficaz”, já que “não faz com que o aborto não ocorra”.
“[Na verdade], faz com que a gente tenha mais de 200 mortes por ano em função de abortos inseguros. [Ao descriminalizar] o que se pretende é que elas [as mulheres] tenham um atendimento médico adequado e não vão para a cadeia. Que elas possam optar se têm ou não a vontade de assumir a gestação. […] É uma visão machista e ofensiva dizer que o aborto vai virar moda [se permitido]. É desconsiderar a posição de uma mulher”, analisou.
Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal encerrou a audiência pública que discute a descriminalização do aborto. A Corte deve julgar, nos próximos meses, a ação apresentada pelo PSOL, para que a interrupção voluntária da gestação até a 12ª semana deixe de ser crime.
Segundo o médico ginecologista, boa parte das mulheres que praticam o aborto são casadas, católicas, têm filhos e até 40 anos de idade.
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