Justiça
Prefeitura não cumpriu recomendação do MP acerca de festa de Yemanjá, diz promotora
Em documento divulgado no dia 1º, o órgão informou que orientou que o nome da principal homenageada da festa não fosse vetado
Foto: Divulgação/MP
Protagonista da celebração do dia 2 de fevereiro, Yemanjá foi deixada de lado no mobiliário urbano produzido pela Prefeitura de Salvador para sinalizar a festa. Nas peças espalhadas pela cidade, a anfitriã foi substituída por, simplesmente, a data do festejo.
A gestão municipal afirmou que o esconde-esconde da Rainha do Mar não é novidade e que é repetido nas placas do gênero há três anos. “Dessa forma, a acusação de que a Prefeitura promove intolerância religiosa divulgada por por gente que tenta a todo custo tirar proveito político de um discurso fantasioso, não tem o menor sentido lógico”, afirmou, em nota.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) discorda, no entanto. Em documento divulgado no dia 1º, o órgão informou que orientou que o nome da principal homenageada da festa não fosse vetado.
MP-BA - Procurada pelo Jornal da Metrópole, a promotora de Justiça Lívia Vaz, que elaborou a manifestação, afirma que a orientação não foi seguida pela Prefeitura. “Aguardamos resposta formal da Prefeitura para adotar as providências cabíveis”, disse à reportagem.
Segundo ela, o desvirtuamento ofende a integridade dos legados cultural e identitário dos povos de terreiros de religiões afro-brasileiras, e gera prejuízos à preservação do patrimônio cultural e histórico, constitucionalmente reconhecido.
Prefeitura - Em post no Facebook, o secretário municipal de Cultura e Turismo, Claudio Tinoco minimizou a polêmica que, de acordo com ele, foi levantada por "militantes e políticos do Partido dos Trabalhadores (PT)".
"Fico a imaginar o que essas pessoas diriam a Caymmi. Será que iriam recorrer ao MP para tentar mudar o título da música?", ironizou, em referência à canção “2 de fevereiro”, de autoria do compositor baiano.
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