Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Justiça

CNJ quer explicações de juíza sobre conta 'Gabriela Hardt sincera' no Twitter

Objetivo é evitar que cidadãos sejam enganados pelo perfil, que fez publicações com ataques ao STF ontem (15)

CNJ quer explicações de juíza sobre conta 'Gabriela Hardt sincera' no Twitter

Foto: Reprodução

Por: Juliana Rodrigues no dia 16 de março de 2019 às 09:00

O corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, pediu ontem (15) que a juíza Gabriela Hardt esclareça se tem conhecimento da existência de um perfil no Twitter chamado "Juíza Gabriela Hardt Sincera" e se ela tomou "alguma providência" para evitar que a conta continue no ar. Segundo a Justiça Federal em Curitiba, a conta não é da magistrada.

O objetivo do procedimento, segundo o corregedor, é esclarecer a situação para cidadãos, que "poderiam ser induzidos a acreditar que as postagens refletem posicionamento oficial de integrante da magistratura, o que é especialmente preocupante em uma época tão pródiga em disseminação de notícias falsas".

Ontem, após o julgamento no qual o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu a competência da Justiça Eleitoral para julgar crimes comuns conexos, como corrupção e lavagem de dinheiro, investigados na Operação Lava Jato, o perfil que usa o nome da juíza publicou mensagens com ataques à Suprema Corte, como "Galera, que tal um movimento popular, pedindo impeachment de todos os ministros do STF, vc topa” e “Urgente: o STF trabalha nos bastidores para tirar Lula da prisão”, além de “O STF acaba de enterrar a Lava Jato por 6 votos a 5". O tom é semelhante ao adotado por grupos bolsonaristas de WhatsApp reativados às vésperas da votação da reforma da Previdência.

Na descrição do perfil no Twitter, o responsável afirma que a conta da rede social é dedicada aos fãs da juíza Gabriela Hardt e que não tem qualquer vínculo com ela. 

Enquanto juíza substituta da 13ª Vara após a saída do juiz Sergio Moro, Hardt condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e 11 meses de prisão na ação penal sobre as reformas realizadas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, São Paulo.