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Cristovam Buarque diz não acreditar em terceira via para 2022: "Vamos ter que escolher um dos polos"

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Cristovam Buarque diz não acreditar em terceira via para 2022: "Vamos ter que escolher um dos polos"

Senador pelo Distrito Federal, ex-ministro da educação, ele acredita que isso só seria possível se acontecesse uma queda dramática de Bolsonaro ou Lula

Cristovam Buarque diz não acreditar em terceira via para 2022: "Vamos ter que escolher um dos polos"

Foto: Reprodução / Youtube

Por: Luciana Freire no dia 22 de julho de 2021 às 18:28

Senador pelo Distrito Federal, ex-ministro da educação e ex-reitor da Universidade Federal de Brasília, Cristovam Buarque (PPS) lamentou a situação atual do Brasil, e disse, no momento, não acreditar em uma terceira via para as eleições de 2022.

Em seu livro, "Por que falhamos: o Brasil de 1992 a 2018", ele define 24 erros que os democratas progressistas cometeram na criação de um projeto para o país, e explica porque também são responsáveis para a polarização da política brasileira. "Se esses dois blocos tivessem se entendido, e aqueles que estão ao redor deles também, o Brasil não tinha caído nas dificuldades do impeachment, por exemplo. Não tinha caído na eleição do Bolsonaro. E teria avançado muito mais nos problemas fundamentais da pobreza, da desigualdade regional, da necessidade de fazer reformas", lamentou, em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta quinta-feira (22), na Rádio Metrópole.

Para Buarque, o processo polarizou, "e ao polarizar nós vamos ter que escolher um dos polos". E continuou: "Não vejo muito como vai surgir um nome capaz de empolgar ao ponto de ir para o segundo turno, salvo se houver uma queda muito radical do Bolsonaro ou do Lula".

O educador, criador do Bolsa Escola, projeto arrojado do governo de Brasília, acredita que a educação ainda não é valorizada no país. "Eu fui ministro, mas todos nós que cuidamos da educação no Brasil não deixamos o quadro bom. Estamos acusando muito a pandemia pela tragédia educacional, mas quado ela chegou, o quadro já era trágico. Temos que acusar a pandemia e Bolsonaro porque eles pioraram, mas, ao longo das décadas, deixamos o Brasil entre uma das piores educações do mundo, e talvez a mais desigual".

Cristovam Buarque, que foi ministro do governo Lula, criticou a adaptação que foi feita do seu projeto Bolsa Escola. Aplicado primeiro em Brasília, as famílias recebiam um salário mínimo para garantir a frequência das crianças nas escolas. Lula transformou o Bolsa Escola em Bolsa Família "e foi um avanço quantitativo, mas um retrocesso qualitativo e estrutural, tanto que não resolve o problema. Se a gente tivesse pagando desde aquela época bolsa escola em escolas boas ela não era mais necessária. Uma geração teria terminado o ensino médio e não precisava dessa ajuda. Mas do jeito que está, com ajuda, nunca vamos nos livrar da necessidade dela, o que é muito triste", disse.