Política
Lobista reconhece negócios com advogada de Bolsonaro após ser ameaçado de prisão na CPI
Marconny Albernaz, lobista da Precisa medicamentos, admitiu a relação depois de negar várias vezes durante a CPI
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O lobista Marconny Albernaz de Faria, suspeito de ter atuado como lobista da Precisa Medicamentos, reconheceu em depoimento à CPI da Covid que detém negócios com a advogada Karina Kufa, que representa o presidente Jair Bolsonaro.
A Precisa é a mesma empresa que atuou na venda da vacina indiana Coxavin para o Ministério da Saúde (MS). O contrato, para aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin por R$ 1,6 bilhão, foi cancelado pelo MS após denúncias de irregularidades na documentação trazidas pela CPI.
O depoente negou diversas vezes que tinha negócios com a advogada Karina Kufa. Na última pergunta de senadores a respeito do tema, manteve a versão, mas foi confrontado com mensagens de WhatsApp que indicavam o contrário.
As mensagens constam de inquérito no Ministério Público Federal, cujas informações foram compartilhadas com a CPI. Após ter mentido que não mantinha negócios com Kufa, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ameaçou Marconny de prisão e deu oportunidade para que ele se retratasse.
Marconny então assumiu que mantém os negócios, mas em seguida invocou seu direito ao silêncio.
"O senhor esteve muito próximo de ter sido decretada [a prisão]. E só não ocorre porque não temos claros os termos do habeas corpus", afirmou Randolfe, referindo-se ao habeas corpus concedido pelo STF.
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