Com resistência a termo LGBT, Plano de Cultura tem até próxima semana para ser votado sem atrasar execução

O relator do Plano Municipal de Cultura, Silvio Humberto (PSD), diz que o projeto deve ser votado até a próxima segunda-feira (13). Desde junho, o plano tramita na Câmara, mas foi adiado diversas vezes por uma confusão em torno de uma política para a "cultura LGBTQIA+".

A Câmara de Vereadores havia pautado a discussão do plano para a última terça-feira (7), mas em reunião do Colégio de Líderes foi combinado um esforço concentrado para fazer a votação de diversas matérias entre segunda e quarta-feira (15). 

Caso a matéria não seja apreciada até o recesso dos vereadores, no entanto, o plano, com programação para 10 anos, pode já começar atrasado, segundo Humberto. "O plano estabelece ações, metas e coloca os resultados com prazos. Tem prazos, por exemplo do Sistema Municipal de Informações Culturais e cadastros, que está posto para que inicie no ano que vem. Está propondo para 10 anos a partir do ano que vem, e se não vota faz um encadeamento de atrasos", afirma o vereador. 

A resistência é da bancada cristã na Câmara Municipal, base do governo, que não concorda com a existência de uma "cultura LGBTQIA+", e diz que o termo se refere apenas à orientação sexual. Humberto afirma ainda que é importante lembrar que o plano foi elaborado pela Prefeitura, em parceria com a FGM. 

O presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, um dos responsáveis pela elaboração do projeto, comentou o assunto durante o programa Roda Baiana, na Rádio Metropole. De acordo com ele, há uma confusão em torno do termo “cultura LGBT”. “Existem duas questões que estão sendo confundidas: orientação sexual não é cultura LGBTQIA+, a cultura LGBTQIA+ é uma série de códigos e símbolos que surgiram a partir do movimento LGBT desde a década de 70 e que hoje está aí”, afirma.