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Mais de 100 mil personalidades, acadêmicos e políticos assinam carta em defesa à democracia

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Mais de 100 mil personalidades, acadêmicos e políticos assinam carta em defesa à democracia

Docentes citam "ataques infundados e desacompanhados de provas" que  questionam a lisura do processo eleitoral

Mais de 100 mil personalidades, acadêmicos e políticos assinam carta em defesa à democracia

Foto: Reprodução

Por: Geovana Oliveira no dia 27 de julho de 2022 às 16:03

Temendo novas ameaças à democracia, docentes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) revitalizaram, com novas assinaturas, a ideia da Carta aos Brasileiros, de 1977, que denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção. Até o momento, a nova carta reúne mais de 100 mil assinaturas, segundo apuração do Estadão, incluindo nove ministros eméritos do Supremo Tribunal Federal. 

"Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições", afirmam os docentes. 

Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos Cursos Jurídicos no País, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, leu a Carta aos Brasileiros no território livre do Largo de São Francisco.

Após 34 anos de democracia, no entanto, o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais acende alertas para os defensores do direito democrático. 

"Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos. Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições", afirmam. 

Os professores citam "ataques infundados e desacompanhados de provas" que  questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. "São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional", diz nova carta. 

No manifesto disponível para assinatura do público em geral estão petistas, tucanos, procuradores que trabalharam na Lava Jato, o advogado que ajudava a campanha do ex-juiz Sérgio Moro, ex-ministros de FHC, Lula, Dilma e Temer, empresários, economistas liberais, subprocuradores-gerais da República, membros do Ministério Público Federal, uma ex-assessora de Paulo Guedes e João Doria, a coordenadora de programa de Simone Tebet (MDB) e uma série de outras personalidades.

Entre banqueiros e empresários estão Roberto Setubal, Candido Bracher e Pedro Moreira Salles, do Itaú Unibanco, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura, Walter Schalka, da Suzano, Eduardo Vassimon (Votorantim) e Horácio Lafer Piva (Klabin).