Procurador diz que Mendonça Filho pode ter recebido propina; ministro nega

"Foram encontrados indícios de possível recebimento de propina". Foi o que disse o procurador-geral da República, Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE). De acordo com o PGR, em 2014, Mendonça teria recebido R$ 100 mil de vantagem indevida, como doação para a campanha eleitoral. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as informações teriam surgido do celular do ex-diretor financeiro da construtora UTC, Walmir Pinheiro.

"Curioso observar que na prestação de contas oficiais da campanha do deputado Mendonça Filho, há o registro de doação de exatos R$ 100 mil pelas empresas Construtora Odebrecht e Queiroz Galvão, cada. Ainda a UTC Engenharia efetuou doação de R$ 100 mil ao Diretório Nacional do DEM no dia 5 de setembro de 2014 e outra quantia de igual valor em 5 de agosto de 2014", disse Janot.

A declaração do procurador ao STF foi feita no dia 26 de janeiro, no entanto, o documento foi divulgado somente na última sexta-feira (14). É o quarto ministro do governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) envolvido em suspeitas de irregularidades com base nos desdobramentos da Operação Lava Jato. Não há detalhes sobre o caso.

Neste sábado (18), o ministro utilizou as redes sociais para negar as acusações. A nota divulgada diz que "Mendonça Filho não recebeu doação da UTC". "O deputado foi, à época, procurado por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil. Neste contato, Mendonça Filho disse que não queria essa doação, mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse. A doação foi feita ao partido de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido de 2014, junto a Justiça Eleitoral", diz a publicação.