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Procurador alerta sobre semelhanças entre operações Mãos Limpas e Lava Jato

Política

Procurador alerta sobre semelhanças entre operações Mãos Limpas e Lava Jato

Questionado sobre o futuro da investigação contra a corrupção no Brasil, o procurador afirmou que há uma expectativa renovada após as eleições deste ano

Procurador alerta sobre semelhanças entre operações Mãos Limpas e Lava Jato

Foto: ASCOM/MPPR

Por: Matheus Simoni no dia 13 de novembro de 2018 às 12:46

O procurador do Ministério Público do Paraná Rodrigo Chemim alerta sobre as semelhanças das operações Lava Jato, no Brasil, e Mãos Limpas, na Itália. Em entrevista a Mário Kertész na Rádio Metrópole, o jurista traçou um paralelo entre o que se descobriu na investigação dos esquemas de corrupção nos dois países. Chenim é autor do livro Mãos Limpas e Lava Jato – A corrupção se olha no espelho, que terá uma nova edição lançada no dia 20 de novembro, em Curitiba.

"São duas das maiores operações de investigações contra crimes de colarinho branco já realizadas na história. A operação Mãos Limpas ocorreu há 26 anos e, em comparação com a nossa Lava Jato, ela guarda uma série de situações de identidade. A partir da origem do dinheiro, que veio da petrolífera italiana, assim como aqui da Petrobras, e de empreiteiras italianas, que tiveram superfaturamento de obras públicas, como a construção de estádios da Copa do Mundo de 1990, na Itália, assim como aconteceu na Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil", declarou.

Ainda de acordo com o procurador, houve uma tentativa de desacreditar a operação italiana com rótulos que acabaram se repetindo no cenário brasileiro. "Na Itália se usava uma expressão de que os investigadores queriam criminalizar a política, e é a mesmíssima expressão que a gente vê em boa parte da classe política do Brasil. Também se chegou a dizer de que havia um golpe judiciário em curso, que também tentaram colar na Lava Jato aqui", disse Chemim, que lembrou dos desdobramentos que revelaram desvios de verbas para campanhas políticas na Itália.

Questionado sobre o futuro da investigação contra a corrupção no Brasil, o procurador afirmou que há uma expectativa renovada após as eleições deste ano.

"Temos que definir o que nós queremos num futuro próximo no Brasil. O momento é de definição nos primeiros seis meses dessa nova legislatura. Um Congresso relativamente renovado e um governo com uma nova perspectiva de atuar no combate à corrupção, com um ministro da Justiça que servirá de mola propulsora para o debate no Congresso Nacional. Se o país não acenar positivamente no sentido de melhorar no combate à corrupção nos primeiros seis meses, não sei se conseguiremos fazer isso num futuro a médio prazo", finalizou.