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Diárias para canonização de Irmã Dulce devem custar ao menos R$ 186,9 mil

Política

Diárias para canonização de Irmã Dulce devem custar ao menos R$ 186,9 mil

Custos ainda devem aumentar, se forem somados o deslocamento e as hospedagens

Diárias para canonização de Irmã Dulce devem custar ao menos R$ 186,9 mil

Foto: Reprodução/ Twitter de Hamilton Mourão

Por: Juliana Almirante no dia 14 de outubro de 2019 às 07:20

As diárias pagas a ao menos 39 políticos, servidores públicos, autoridades e seus cônjuges devem custar cerca de R$ 186.905 aos cofres da União.

O valor foi contabilizado pelo jornal "El País" com base no Diário Oficial da União, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), e com dados fornecidos pela vice-presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal e Procuradoria-Geral da República. Os chefes desses últimos quatro poderes fizeram parte da comitiva presidencial liderada pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

As diárias internacionais são pagas aos funcionários que têm autorização para sair do país em viagens oficiais. Os custos ainda devem aumentar, se forem somados o deslocamento e as hospedagens, que não foram informados pelos principais poderes. Apenas a PGR  informou que as despesas com seus representantes serão pagas por eles mesmos.

O diretor da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, destaca que a viagem não teria utilidade pública. “Dinheiro público tem de ser utilizado para uma utilidade pública. Não há interesse público em ter uma comitiva de brasileiros de diversos poderes se deslocando com recursos do tesouro para uma canonização. É totalmente descabido”, declarou ao jornal.

No caso da Câmara, o presidente Rodrigo Maia (DEM) disse ter aberto mão de receber os valores das diárias. Os demais órgãos não detalharam como serão pagos esses gastos.

Os gastos com as diárias ficaram assim detalhados: Executivo ao menos R$ 7.223; STF, R$ 13.143; Câmara, R$ 106.000; Senado, R$ 60.480.

A comitiva liderada pelo vice-presidente Mourão foi composta por 20 pessoas. O presidente Jair Bolsonaro não viajou para o evento.

Da Câmara, foram 13 deputados, além do secretário de Transporte Metropolitano de São Paulo, o ex-deputado Alexandre Baldy, que pegou uma "carona" na comitiva de Maia. Do Senado, são sete senadores. Do STF, apenas o ministro Dias Toffoli. Da PGR, Augusto Aras e o subprocurador Alcides Martins.

A maioria das autoridades embarcaram na última quarta-feira e devem voltar ao Brasil hoje (14).

Pedido do TCU

O subprocurador-geral junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, pediu na última quinta-feira (10) a  fiscalização sobre os gastos de autoridades que participaram de viagens ao Vaticano para acompanhar a canonização de Irmã Dulce. Rocha ainda solicita que o órgão vete o uso de dinheiro público para financiar despesas não justificadas.