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João Almeida justifica saída da política: 'Eleições foram ficando cada vez mais caras'
Ex-deputado relembra que, na última eleição, teve mais votos do que outros candidatos que tomaram posse
Foto: Alexandre Galvão/ Metropress
O ex-deputado João Almeida (PSDB-BA) justificou, em entrevista à Rádio Metrópole hoje (14), porque não se candidatou mais a cargos eletivos na política. Um dos motivos, segundo ele, é o custo cada vez mais elevado das campanhas.
"Eleições foram ficando cada vez mais caras e é cada vez mais difícil financiar eleição na base do 'Amor, I love you'. Tem que ter contrapartida e isso começou a me desagradar. Não vou arranjar dinheiro de qualquer jeito para fazer eleição e depois dizer que represento o cara que votou em mim. Não era bem meu caso, mas vi como estavam se delineando as coisas", afirmou o ex-parlamentar, que hoje trabalha para o partido em Brasília.
Depois de cumprir mandados como deputado de 2003 a 2011, João afirma que acabou não sendo eleito na última tentativa porque a legenda só conseguiu emplacar dois candidatos, Jutahy e Imbassahy. Individualmente, ele teve mais votos do que outros candidatos que tomaram posse.
"Naquele ano que fiquei fora Você sabe que a Bahia elege 39 deputados federais e fui, entre todos, o 18º mais votado entre mais de 100 candidatos que existiram. Fiquei fora porque o partido não fez votos para eleger mais de dois. Eu fiquei fora, mas naquela legislatura e foram para Brasília 21 deputados com menos votos do que eu", pontua.
Outro fator que fez com que deixasse de tentar cargos eletivos foi a idade mais avançada. "Não me candidatei. Porque já tinha determinação de que aos 70 ia sair da frente da política. Todo mundo se obriga, alguma hora, a deixar. Acho que a (aposentadoria) compulsória deveria ter para político. Porque político acha que tem que encher o saco da população até 80, 90 anos?" questiona.
O ex-deputado também relembrou, durante a entrevista, como foi a disputa para prefeitura de Salvador, que elegeu o apresentador Mário Kertész, em 1985, em contraponto ao grupo de Antônio Carlos Magalhães.
"Empreendemos aquela luta com Antônio Carlos (Magalhães, que precisava ter muito coragem e raça. Você entrou e nos convencemos. O chamado grupo de Roberto Santos foi quem mais estimulou isso. Eu militava na 'fralda' de Roberto. Embora não tivesse um grupo formal, mas tinham pessoas que participavam do governo e militava no entorno dele", recorda.
João lembra que Mário Kertész precisou disputar a candidatura com o então deputado federal Marcelo Cordeiro, na convenção do partido.
"Nós empreendemos com todo fervor na sua candidatura. Embora Marcelo Cordeiro fosse uma figura das mais interessantes que o partido tinha, de toda luta contra a ditadura, com perfil diferente do seu, na época. Era uma visão clara de como as coisas poderiam acontecer e de onde vinha a força para enfrentar o chamado carlismo à época era com você. Ficou comprovado isso e ganhamos a eleição", diz.
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