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Às vésperas do impeachment de Dilma, Lava Jato rejeitou delação que prenderia Temer 

Política

Às vésperas do impeachment de Dilma, Lava Jato rejeitou delação que prenderia Temer 

Conversas no Telegram mostram que procuradoria não viu interesse público nas acusações contra  o emedebista

Às vésperas do impeachment de Dilma, Lava Jato rejeitou delação que prenderia Temer 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 18 de outubro de 2019 às 15:56

Duas semanas antes de o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), assumir o cargo após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em 17 abril de 2016, a Operação Lava Jato recebeu um “anexo-bomba” de uma delação premiada que, se aceito, poderia ter mudado os rumos da história recente do país. 

Segundo conversas entre procuradores da Lava Jato no Telegram, obtidas pelo The Intercept e analisadas em conjunto com o El País, a procuradoria teve em mãos informações que poderiam levar a uma investigação do então vice-presidente por suspeita de corrupção. 

A delação do empresário José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, foi rejeitada em abril de 2016, com anuência da Procuradoria-Geral da República Na época, os procuradores consideraram que as declarações não atendiam ao “interesse público” e não aceitaram a proposta de delação. Antunes relatou um pagamento de propina para Temer.

As conversas no chat “Acordos Engevix” no Telegram mostram que os procuradores de Curitiba, Rio e Brasília receberam a proposta de Antunes em 4 de abril de 2016. A menção a Temer, que viria a ser chamada de “anexo-bomba” mais tarde, dizia que Antunes fez um pagamento de 1 milhão de reais para atender a interesses de Temer, como compensação por um contrato na usina nuclear Angra 3, da estatal de energia Eletronuclear.

O pagamento, segundo Antunes, foi entregue a um amigo do ex-presidente, o coronel João Baptista Lima Filho, conhecido como coronel Lima. O dinheiro não saiu direto dos cofres da Engevix para Temer, mas de uma companhia prestadora de serviço do Aeroporto de Brasília, que era controlado pela Engevix. A empresa em questão era a Alúmi. O relato não convenceu os procuradores.

Três anos depois, essa mesma delação foi utilizada pela Lava Jato para uma ação penal contra Temer e para pedir a prisão preventiva dele, já na condição de ex-presidente.