Pazuello exonera autores de nota sobre acesso a aborto legal durante pandemia
Medida ocorre após o presidente Jair Bolsonaro reclamar, em uma rede social que a nota "visa a legalização do aborto" e afirma que é "contrário a essa prática."
![Pazuello exonera autores de nota sobre acesso a aborto legal durante pandemia [Pazuello exonera autores de nota sobre acesso a aborto legal durante pandemia]](https://www.metro1.com.br/noticias/93002,pazuello-exonera-autores-de-nota-sobre-acesso-a-aborto-legal-durante-pandemia-3.jpg)
Por Luciana Freire no dia 05 de Junho de 2020 ⋅ 16:40
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, exonerou autores de nota técnica da pasta que recomendavam a continuidade dos serviços de saúde que garantem o acesso a métodos contraceptivos de emergência e ao aborto permitido em lei durante a pandemia do novo coronavírus. As decisões foram publicadas na edição de hoje (5) do Diário Oficial da União.
Os exonerados são: Flávia Andrade Nunes Fialho, coordenadora de Saúde das Mulheres, e Danilo Campos da Luz e Silva, coordenador de Saúde do Homem. Ambos são da Coordenação-Geral de Ciclos da Vida, que faz parte da Secretaria de Atenção Primária à Saúde da pasta.
Medida ocorre após o presidente Jair Bolsonaro reclamar, em uma rede social, de uma "minuta de portaria apócrifa sobre aborto que circulou hoje (3 de junho) na internet." Ainda na publicação, o presidente sugere que a nota "visa a legalização do aborto" e afirma que é "contrário a essa prática."
A nota, datada de 1º de junho, afirma que devem ser considerados "essenciais e ininterruptos" serviços como "atenção à violência sexual" e o "acesso à contracepção de emergência." Segundo a nota, as orientações contaram "com a colaboração da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)", braço da Organização Mundial de Saúde na América Latina.
A Secretaria de Atenção Primária à Saúde divulgou uma nota ontem (4), informando que a nota técnica "não possui legitimidade" porque o tema dela "não foi discutido no âmbito do Ministério da Saúde."