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Domingo, 24 de março de 2024

Saúde

Carnaval pode ajudar a espalhar zika vírus pelo país, alertam infectologistas

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) fez um alerta esta semana para o que ela chama de "coquetel explosivo", que pode contribuir para espalhar ainda mais o zika vírus pelo país. Segundo infectologistas, a passagem de milhares de turistas por capitais com tradicionais carnavais de rua, como Salvador e Recife, no Nordeste, que tem alto número de casos de microcefalia e suspeita de ligação com o zika vírus, pode representar um risco aos brasileiros. [Leia mais...]

Carnaval pode ajudar a espalhar zika vírus pelo país, alertam infectologistas

Foto: Rafaela Martins/Agencia Brasil

Por: Stephanie Suerdieck no dia 19 de janeiro de 2016 às 10:51

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) fez um alerta esta semana para o que ela chama de "coquetel explosivo", que pode contribuir para espalhar ainda mais o zika vírus pelo país. Segundo infectologistas, a passagem de milhares de turistas por capitais com tradicionais carnavais de rua, como Salvador e Recife, no Nordeste, que tem alto número de casos de bebês nascidos com microcefalia e suspeita de ligação com o zika vírus, pode representar um risco aos brasileiros. Para os especialistas, o Carnaval reúne fatores preocupantes para o aumento da transmissão da doença, em um momento de ascensão da epidemia no Brasil. Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, há 3.530 casos de microcefalia relacionados ao zika, em 21 estados. A Bahia aparece em terceiro lugar, com 450 ocorrências, ficando atrás somente de Pernambuco e Paraíba.

De acordo com os médicos ligados à SBI, o "coquetel explosivo" do Carnaval inclui as grandes aglomerações de pessoas, em geral com poucas roupas e mais vulneráveis às picadas do Aedes aegypti, além da possibilidade de chuvas, maior quantidade de lixo nas ruas e, com isso, mais chance de potenciais criadouros do mosquito. Junto a isso, vem o aumento do número de relações sexuais sem proteção e risco de gestações indesejadas justamente nos locais de maior incidência do vírus.

O alerta da SBI se soma a um comunicado da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, escritório regional nas Américas da Organização Mundial da Saúde), que nesta segunda-feira (18) relatou aumento de casos da síndrome de Guillain Barré em países com epidemias de zika. Em julho de 2015, na Bahia, 42 pessoas foram confirmadas com a doença, que causa problemas neurológicos.