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Diretora do Hospital Aeroporto confirma sensação de colapso por falta de leitos na Bahia

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Diretora do Hospital Aeroporto confirma sensação de colapso por falta de leitos na Bahia

"Hoje a situação de UTI na Bahia é zero público e zero privado", afirma Eliane Noya

Diretora do Hospital Aeroporto confirma sensação de colapso por falta de leitos na Bahia

Foto: Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 10 de março de 2021 às 09:31

A diretora técnica do Hospital Aeroporto, Eliane Noya, que fica em Lauro de Freitas, afirmou que o colapso do sistema de saúde público e privado da Bahia já é sentido pelos profissionais da área. Em entrevista a José Eduardo hoje (10) na Rádio Metrópole, ela comentou que a situação é perceptível em todo o estado. Nesta quarta-feira (10), 449 pacientes amanheceram na fila para leitos para tratamento do coronavírus. Nem mesmo quem tem plano de saúde consegue internação. "A situação é complicada. UTI não consegue nenhum tipo de plano em nenhum hospital de Salvador. A situação de UTI é bastante grave. Nós temos hoje a situação da fila e de 87%. Na Bahia, ontem a noite, tinham 450 numa fila. Esse 87% é uma questão de momento do corte. Se você tem uma fila de 449 pessoas, não tem vaga para ninguém no estado", disse a profissional de saúde.

Ainda de acordo com a médica, não há como garantir vagas para todos os pacientes que buscarem atendimento hoje. "Na rede privada, se você pedir uma transferência de uma UTI para qualquer plano top, qualquer um que você citar, hoje, para UTI, a gente não consegue para lugar nenhum. Nós passamos isso no final da semana passada para ontem, quando tivemos um pouco de arrumação na emergência. Mas passamos um final de semana solicitando vaga de transferência para toda a rede privada e inclusive a rede pública, já que o SUS é um direito de todos", disse a dirigente hospitalar. 

"Não é porque está numa rede privada que a gente não pode tentar para ir numa vaga num sistema público. Essa vaga não é disponibilizada por nenhum hospital. Hoje a situação de UTI na Bahia é zero público e zero privado. A pessoa vai ser acolhida, ninguém vai deixar sem acolhimento. As UPAs acolhem. Mas a vaga na unidade adequada, que seria a UTI e a vaga correta, a gente não vai ter no momento. E não é só o Aeroporto, é qualquer outro hospital de referência", declarou. 

No entanto, o colapso tratado por ela não diz respeito à falta de atendimento para pacientes com coronavírus. De acordo com Eliane Noya, embora a taxa de ocupação permaneça abaixo de 100%, a ausência de leitos já sentida na Bahia. "A gente não tem aquele colapso de não acolher o paciente ainda. Nesse ponto, gostaria de elogiar o prefeito e a forma como a prefeitura está tentando resolver e acolher. É surpreendente. Até alguns atrás, não tinha nem leito de hospital. Hoje são mais de 600 de UTI. Não tem aquela cena de ter paciente morrendo na porta. Espero que a gente não passe por isso e não veja a cena por aqui na Bahia. Mas o colapso em termos de leito sim, 100%. 87% ou 85% é o momento do corte. No momento em que você tem fila, você tem 100%", afirmou. 

Veja a entrevista completa: