Bahia
Faroeste: Delação de Sandra Inês cita advogados, empresários e 12 desembargadores do TJ
Magistrada e filho são suspeitos de participar de esquema de venda de sentenças
Foto: Divulgação/TJBA
A delação premiada de Sandra Inês Rusciolelli, desembargadora afastada do Tribunal de Justiça da Bahia, e de seu filho Vasco Rusciolelli cita 12 desembargadores da corte (incluindo uma aposentada) e 12 juízes. Três desses desembargadores ainda não haviam sido citados anteriormente na investigação da Operação Faroeste, deflagrada há mais de um ano e meio para investigar um suposto esquema de vendas de decisões judiciais. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Ao todo, a colaboração faz menção a 68 pessoas.
Além disso, são citados 15 advogados e 16 funcionários do TJ-BA. Há ainda mais de uma dezena de filhos e parentes de magistrados e de investigados que participaram, segundo a delação, de alguma das situações relatadas na colaboração.
Sandra Inês e Vasco foram presos em março do ano passado. Em setembro de 2020, ambos foram para prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com a Folha, os delatores também citam ao menos um político com mandato no Congresso, empresários e agentes públicos como o ex-secretário de Segurança Pública da Bahia, o delegado da Polícia Federal Maurício Teles Barbosa.
Um trecho da delação que cita Teles Barbosa já estava na última denúncia da operação, que o acusa de integrar organização criminosa.
Não necessariamente Sandra e Vasco tinham participação nos eventos relatados. A maioria dos anexos envolve Vasco, que é formado em direito e admite ter atuado na negociação de venda de decisões. Além de benefícios em uma eventual pena, ambos terão que entregar milhões à Justiça.
Parte da delação se dedica a esclarecer como foi formado um suposto esquema que envolvia o pagamento de propinas para decisões judiciais relativas a terras do oeste baiano, região conhecida por ser um polo de agronegócio, quais os seus integrantes e o modus operandi.
Mãe e filho foram denunciados sob acusação da prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa. Segundo o Ministério Público Federal, os dois negociaram propinas de R$ 4 milhões e receberam, efetivamente, R$ 2,4 milhões.
O processo, porém, está suspenso a pedido do Ministério Público, e eles não chegaram nem a se tornar réus nesse caso.
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