
Bahia
Quem foi Divaldo Franco, líder espírita que morreu aos 98 anos
Considerado um dos maiores lideres espíritas do Brasil, médium faleceu nesta terça-feira (13), após sofrer falência múltipla dos órgãos

Foto: Mansão do Caminho
Divaldo Franco, um dos mais influentes líderes do espiritismo no Brasil, faleceu nesta terça-feira (13), em Salvador, cidade onde residia. Aos 98 anos, ele enfrentava um câncer na bexiga desde novembro de 2024 e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos.
Natural de Feira de Santana, no interior baiano, Divaldo dedicou mais de sete décadas à doutrina espírita, tornando-se referência internacional na área. Sua atuação foi marcada não apenas por sua produção intelectual, mas também pelo trabalho social que desenvolveu ao longo da vida.
O marco inicial de sua trajetória de impacto foi em 1952, quando fundou a Mansão do Caminho, no bairro de Pau da Lima, em Salvador. O centro se tornou um dos maiores projetos sociais ligados ao espiritismo no país, oferecendo acolhimento e educação a milhares de crianças em situação de vulnerabilidade. Embora não tenha tido filhos biológicos, Divaldo era considerado pai por cerca de 685 pessoas que passaram pela instituição.
A partir da década de 1960, ele ampliou a estrutura da Mansão, incluindo escolas, atendimento de saúde e cursos de formação profissional. O complexo cresceu e, até os dias atuais, atende comunidades de baixa renda com serviços nas áreas de educação, saúde e desenvolvimento social.
A manutenção da obra social sempre contou com os recursos gerados pela venda de seus livros, além de gravações de palestras, seminários e entrevistas. Autor de mais de 250 obras, muitas delas psicografadas, Divaldo se tornou uma das vozes mais produtivas e respeitadas do espiritismo contemporâneo. Em 2015, teve sua vida retratada na biografia escrita pela jornalista Ana Landi.
Mediunidade desde a infância
Nascido em 5 de maio de 1927, caçula de 13 irmãos, Divaldo manifestou sinais de mediunidade desde a infância. Ainda jovem, enfrentou resistência dentro da própria casa: relatos indicam que suas visões foram vistas como algo demoníaco pelos pais, o que gerou conflitos e punições.
A relação com o espiritismo começou a se transformar anos depois, quando ele adoeceu gravemente e, após inúmeras tentativas médicas, a família permitiu a visita de uma médium. Esse momento marcou o início de uma reconciliação com sua espiritualidade, que se tornaria o centro de sua vida e obra.
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