
Bahia
MPT investiga explosão em fábrica clandestina de fogos na Bahia
Incidente deixou duas vítimas; órgão apura responsabilização trabalhista e reforça ações contra produção ilegal no Recôncavo baiano

Foto: Reprodução/Prefeitura de Maragogipe
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) apura a responsabilidade trabalhista pela morte de dois irmãos em uma explosão ocorrida no dia 24 de junho, durante o São João, em uma fábrica clandestina de fogos na zona rural de Maragogipe, no Recôncavo baiano. O acidente ocorreu na comunidade de Samambaia e exigiu o uso de helicóptero no resgate das vítimas, que estavam gravemente feridas.
Os irmãos João Vitor de Jesus Batista, de 17 anos, e David Miguel de Jesus Batista, de 25, morreram após dias de internação. João faleceu na segunda-feira (30) e David, nesta quarta-feira (2).
O caso é investigado em meio a ações conjuntas do MPT com a Polícia Civil, Exército, Superintendência Regional do Trabalho e Departamento de Polícia Técnica. As operações Brincar com Fogo e Em Chamas já apreenderam 2,8 milhões de fogos ilegais e resgataram trabalhadores em situação análoga à escravidão.
Segundo o MPT, a produção clandestina mudou de formato desde a tragédia de 1998, que matou 64 pessoas em Santo Antônio de Jesus. “Em vez de concentrar a atividade em um galpão, como antes, os responsáveis pela atividade ilegal pulverizaram a produção, criando pequenos locais de fabricação dos artefatos em áreas rurais, nas casas de pessoas humildes, que recebem os insumos e ganham por produção”, afirma o órgão.
A identificação do responsável direto pela unidade clandestina de Maragogipe é o principal desafio do inquérito.
Paralelamente, o MPT move ação civil pública contra o empresário Gilson Froes Prazeres Bastos, filho do dono da fábrica envolvida na tragédia de 1998. A Justiça já proibiu Gilson, seus sócios e empresas de atuar no setor e de contratar terceiros para a atividade. O MPT flagrou o descumprimento da decisão e já cobra as multas devidas.
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