
Bahia
Impulsionados pela febre das canetas emagrecedoras, roubos a farmácias disparam em Salvador
Entre janeiro e setembro, a Polícia Civil registrou 209 roubos em estabelecimentos

Foto: Reprodução/Freepik
Impulsionados pela popularização das chamadas canetas emagrecedoras, os roubos a farmácias têm aumentado em Salvador e na Região Metropolitana. Apenas entre janeiro e setembro, a Polícia Civil registrou 209 ocorrências do tipo. O número deve ser ainda maior, já que outras investigações seguem em andamento na capital.
Mesmo com a alta dos casos envolvendo canetas emagrecedoras, a Polícia Civil afirmou não ter como recorte o dado referente aos roubos com esse material como alvo.
Mounjaro e Ozempic são as canetas mais conhecidas atualmente. Elas foram criadas originalmente para o tratamento de diabete. Depois, passou a ser indicada para obesidade, mas se tornou uma febre na busca por perda de peso em pouco tempo. Apesar disso, o medicamento traz uma série de efeitos colaterais, como: insônia, taquicardia, pressão alta, risco de câncer de tireoide, de pancreatite, de problemas renais e gastrointestinais.
O alto valor agregado nas canetas, que pode chegar a R$ 3 mil, tem motivado não só assaltos, mas também contrabando, falsificação e até venda irregular em clínicas. Só no bairro da Pituba, em Salvador, quatro farmácias foram assaltadas em um período de nove dias no início de novembro. Em um dos episódios, dois suspeitos em uma motocicleta invadiram dois estabelecimentos em busca das canetas emagrecedoras.
Um dos casos mais recentes ocorreu na noite da última quarta-feira (19), quando uma idosa de 60 anos foi presa pela Polícia Militar com 27 caixas de canetas, avaliadas em cerca de R$ 60 mil. A apreensão aconteceu durante a Operação Olho Vivo. A mulher disse que o filho era quem fornecia o material e que ela ficava responsável apenas pela entrega e comercialização, mas não soube explicar a origem dos produtos. Outras unidades foram encontradas em sua casa, armazenadas dentro de uma geladeira. O caso foi encaminhado à Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas, que investiga o envolvimento de outras pessoas e uma possível atuação de grupos criminosos especializados em furtos de medicamentos de alto valor na capital.
Esses medicamentos exigem cuidados específicos no armazenamento para garantir sua eficácia. Canetas fechadas, que ainda não foram utilizadas, devem ser armazenadas na geladeira, em temperaturas entre 2°C e 8°C. Após aberta, caneta aberta tem um prazo de validade limitado a partir do primeiro uso, independentemente de onde foi armazenada.
A fabricante do Ozempic, a Novo Nordisk, afirmou reconhecer o impacto da alta demanda e informou que tem reforçado medidas de segurança na distribuição, mas ressaltou que a proteção do estoque após a entrega é responsabilidade das próprias farmácias.
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