Auditores fiscais paralisam atividades: "Sonegadores serão beneficiados"

Os auditores fiscais de todas as unidades soteropolitanas da Receita Federal entraram em greve nesta terça-feira (22). Ao Metro1, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, Aristóteles Pinto, explicou os motivos que levaram a categoria a cruzar os braços em todo o país. 

“Reivindicamos que o governo cumpra a sua parte no acordo com a categoria. Depois de quase 2 anos de negociações, foi feito um acordo e os itens não estão sendo cumpridos. O projeto de Lei foi alterado em diversos pontos não previstos em acordo”, disse. O Projeto de Lei que o presidente se refere é o que trata do reajuste e do plano de carreira da categoria, que foi encaminhado ao Congresso.

De acordo com o sindicato, a paralisação afeta, prioritariamente, o setor de cargas e descargas e serão liberadas apenas cargas vivas, cargas perigosas, medicamentos, alimentos perecíveis, urnas funerárias, fornecimento de bordo e bagagens acompanhadas. “Teve a quebra de acordo e, o mais importante foi a restrição em relação a autoridade do auditor, que é necessária para o nosso trabalho. Imagine se o governo impedir o juiz de decidir. Quando se restringe a autoridade do auditor, estão fazendo com que tenhamos dificuldade no lançamento do tributo. Os que querem sonegar, contrabandear, transportar armas, esses são beneficiados com essa quebra da autoridade. Os sonegadores serão beneficiados. Isso que incomoda”, explicou.

Ainda segundo o sindicato, a categoria não tem prazo para voltar a trabalho. “A partir do momento que o governo cumprir o acordo. Hoje parece que o governo não está muito preocupado. Essa greve não quer trazer prejuízos”, afirmou.