Greve na Petrobras: líder sindical é preso em bloqueio de rodovia; PM nega

O Sindicato dos Petroleiros na Bahia (Sindipetro Bahia) divulgou que, durante a madrugada desta terça-feira (3), policiais tentaram atropelar os trabalhadores grevistas e dirigentes sindicais que estavam no Trevo da Resistência, próximo à Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde. Durante a ação da PM, que foi acionada após o bloqueio da rodovia pelos grevistas, foram presos o coordenador do Sindipetro Bahia e Conselheiro de Administração da Petrobras, Deyvid Barcelar, o diretor do Sindipetro e da CUT Bahia, Agnaldo Soares, e o fotógrafo que fazia o registro no local, Wandaick Costa.

Em nota, o sindicato informou que os policiais realizaram a prisão com o intuito de sumir com as fotografias tiradas no momento da ação da PM, o que eles chamaram de mais uma prática antissindical da Petrobras. "Os policiais deram voz de prisão aos trabalhadores com o claro intuito de desorganizar a liderança do movimento e sequestrar os registros das práticas antissindicais registradas pelo fotógrafo (confiscaram a máquina fotográfica)", disse em nota.

A 10ª Companhia Independente de Polícia (CIPM) de Candeias, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), negou a versão dada pelo sindicato dos trabalhadores. Segundo a PM, depois de receber denúncia do bloqueio da rodovia, os policiais foram impedidos de passar na pista que dá acesso a Madre de Deus e à refinaria Landulpho Alves. Ainda de acordo com a polícia, a ação teria partido do fotógrafo, que teria colocado cadeiras em cima e embaixo da viatura encaminhada ao local. Ao solicitarem a retirada dos objetos, os policiais afirmaram que foram agredidos verbalmente, o que resultou na prisão de Wandaick por desacato. A PM informou, ainda, que Agnaldo Cosme da Cruz Soares Júnior e Deyvid Souza Bacelar da Silva também foram presos por tentar impedir a condução do detido à delegacia. Após prestarem depoimento na 20ª Delegacia de Candeias, os sindicalistas foram liberados na presença de advogados.

Greve

A greve dos petroleiros na Bahia foi anunciada no último domingo (1º) e faz parte do movimento nacional iniciado no último dia 24 de outubro pelos cinco sindicatos representados pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A assessoria jurídica do Sindipetro Bahia informou que está providenciando as medidas jurídicas cabíveis para garantir a liberdade e o livre exercício da greve dos trabalhadores.