Bahia
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"São pessoas que estão vendo um sonho de vida sendo destruído, acabando com tudo", diz presidente da entidade, Francisco Bacelar, sobre dificuldade de pagar o curso
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O presidente da Associação de Pais e Estudantes de Medicina do Estado da Bahia, Francisco Bacelar, disse em entrevista à Rádio Metrópole hoje (1º), que busca junto ao Ministério da Educação (MEC) liberação de crédito para o curso de medicina, que no estado, tem mensalidade mínima de R$ 9 mil.
Com mais de 400 associados em todo o estado, ele afirma que a associação surgiu depois do "rombo" no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O programa foi criado em 1999 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, depois mantido e ampliado a partir de 2003, no governo Lula.
"Essa associação foi criada para fazer frente a uma situação que estava escondida e só se revelou depois que o Fies quebrou. (...). Hoje temos que conviver com mensalidades de em torno de nove mil reais para um curso de medicina. Medicina é o único que tem esse valor. Os demais cursos, todos estão abaixo de dois mil reais a mensalidade. Todos os demais cursos têm financiamento, tem Fies, mas para Medicina não tem nada", reclama.
Ele afirma que, no dia 11 de setembro, se reuniu com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que teria se comprometido com a proposta apresentada pela associação.
"O ministro aceitou nossa proposta, que é a seguinte. O Banco do Nordeste e os bancos regionais de desenvolvimento estão autorizados a operar o Fies, mas interpunham um fundo garantidor que as universidades não aceitam. Então levamos a proposta para o ministro da seguinte forma: 'Ministro, não queremos que aconteça como nos EUA, que um aluno se forma e sai totalmente endividado. Mas se o Banco do Nordeste libera dinheiro para eu botar energia solar, o Banco do Nordeste não pode, com eu dando garantia real, dando uma casa, uma fazenda, um apartamento, não pode me emprestar dinheiro para eu formar meu filho e poder pagar isso com mais tranquilidade?'. O ministro acatou isso', declara Bacelar.
Segundo o representante de pais e alunos que cursam medicina, a associação luta hoje para alteração de uma portaria, que viabiliza a possibilidade de crédito.
"Nossa luta hoje é que essa portaria consiga ser alterada junto ao MEC e que a gente consiga resolver, porque não é um problema financeiro que estamos enfrentando. Estamos enfrentando problema humanitário, são pessoas que estão vendo um sonho de vida sendo destruído, acabando com tudo. Temos colegas que, no 3º ano, não tem condições de pagar, e perde os 3 anos. Ou seja, jogou fora mais de 300 mil reais e a faculdade não devolve", afirma.
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